Os produtores que investem em tecnologia têm obtido resultados mais favoráveis do que aqueles que deixam de fazer as melhorias necessárias na propriedade. Em 2009, as fazendas que deixaram de aplicar tecnologia terminaram o ano com perdas, ao contrário daquelas que investiram no negócio.
Os dados constam de uma pesquisa elaborada pela Scot Consultoria, publicada no Anuário DBO (jan/10, no. 351, págs. 30 e 31). De acordo com o estudo, as propriedades com aplicação crescente de tecnologia tiveram rendimento médio de 4,82% em 2009, no caso das fazendas que fazem ciclo completo, de 3,44%, para as de recria e engorda, e de 1,31%, no caso das fazendas apenas de cria. “Com os preços firmes para os animais de reposição, levou vantagem quem não precisou repor e produziu os animais na própria fazenda”, afirma o estudo, referindo-se à maior rentabilidade das propriedades que têm ciclo completo.
Por outro lado, as propriedades que produzem com baixa tecnologia tiveram os piores resultados. Nessa categoria, as fazendas com ciclo completo conseguiram rendimento médio de apenas 0,89% no ano passado. As demais modalidades de produção foram ainda piores, com crescimento negativo – ou seja, registraram perdas em 2009. É o caso da produção de leite com baixa tecnologia, cujo rendimento caiu 0,19%, seguida da recria e engorda (-0,39%) e da cria (-1,43%).
Equipamentos adequados e bem aproveitados ajudam no gerenciamento do rebanho e na tomada de decisões corretas
Vantagens
A análise dos dados divulgados pela pesquisa mostra como o investimento em tecnologia é capaz de gerar benefícios para a fazenda. As condições de mercado para quem investiu ou deixou de investir, em 2009, foram as mesmas. O preço da arroba se desvalorizou, mas o custo dos insumos, em geral, também.
Entretanto, como em geral, segundo dados do Cepea/USP, publicados pela reportagem, a arroba caiu mais que os custos, apenas quem estava preparado para tomar decisões adequadas e se adaptar mais rapidamente ao cenário conseguiu lucrar com ele.
“A tecnologia leva ao aumento da produtividade e, consequentemente, da receita. Também promove aumento de custos variáveis diretos. Porém, dilui custos fixos e variáveis indiretos. O resultado tende a ser positivo, desde que a aquisição e a incorporação da tecnologia – ou tecnologias – seja feita de forma segura e eficiente”, afirmam os pesquisadores Fabiano R. Tito Rosa e Alcides Torres, ambos da Scot, em artigo publicado na revisa Agroanalysis (mar/09, no. 03. vol. 29).
Para que a aquisição da tecnologia gere os resultados esperados, entretanto, não basta comprar um equipamento novo ou reformar o pasto. É preciso que haja gestão efetiva da propriedade, para que essa aquisição seja incorporada ao negócio, inclusive com mudanças radicais de práticas ineficientes que vinham sendo usadas até então, de modo a evitar que elas voltem a ocorrer no futuro. Em outras palavras, para que o investimento seja um bônus, e não um ônus, para a fazenda.
Nesse contexto, o treinamento da mão-de-obra, a capacitação e o uso correto dos equipamentos e tecnologias empregados possibilitarão que sejam tomadas as decisões necessárias para conseguir, com a atividade, a maior rentabilidade possível.
|