A reatividade do gado – ou seja, como ele se comporta na relação com o homem – deve ser sempre observada na lida e na seleção do rebanho. A reatividade influencia tanto a produtividade do animal quanto a qualidade da carne, além do bem-estar e a segurança dos trabalhadores.
Entre os pontos afetados pela reatividade, de acordo com estudos científicos, estão: ganho de peso; qualidade final da carne; cio; produção de espermatozóides e óvulos; número de doses de sêmen por inseminação; e taxa de gestação.
O gado mais bravo, mais reativo, é o mais difícil de ser manejado. Esse comportamento leva os vaqueiros a agirem com maior agressividade, o que torna os animais ainda mais reativos, comprometendo a produção. Para contornar o problema, é preciso adequar as práticas de manejo da propriedade e estabelecer critérios de seleção, mesmo em sistemas extensivos.
Segundo os pesquisadores Mateus Paranhos da Costa e Natalia Aguilar, do Etco (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal, da Unesp), a reatividade pode ser avaliada de diversas formas, como pela perturbação dos animais a certos movimentos na lida; pelo tempo que levam para percorrer uma determinada distância após a contenção; pela distância de fuga; e pelo tempo despendido na lida.
Além da seleção, é possível diminuir a reatividade com o manejo racional. Para isso, três pontos são fundamentais: consciência, treinamento e infraestrutura adequada. Quanto mais tempo o vaqueiro passar com o gado, menor será a reatividade, mesmo em fazendas extensivas, porque o animal se acostuma à presença do homem. A convivência melhora a relação e permite aos trabalhadores conhecerem o rebanho, observarem animais mais reativos, ver quem é dominante etc. Com isso, podem criar estratégias que suavizem a relação homem-animal.
Manejo no curral fica mais fácil com gado menos reativo
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