A crescente demanda por rastreabilidade obriga o produtor a trabalhar com ferramentas que possibilitem o controle individualizado dos animais.
De acordo com o médico veterinário e consultor da Beckhauser Renato dos Santos, o ideal é fazer a leitura do brinco – forma de identificação mais comum nas fazendas – individualmente. "Mas não é necessário fazer a contenção completa. Na maioria das vezes, basta fechar as porteiras de entrada e saída. A contenção, com a pescoceira, só deve ser usada em alguns casos, quando o animal for muito reativo, impossibilitando a leitura do brinco", diz.
Se a leitura for feita junto a outros manejos, como a vacinação, o animal deve ser contido de acordo com a atividade que será realizada.Já a colocação do brinco deve ser feita sempre com o animal contido. Caso contrário, há risco de o animal rasgar a orelha e, até mesmo, machucar o vaqueiro.
O local de fixação do brinco de identificação no gado pode agilizar ou deixar mais lento o manejo de curral quando for necessário fazer a leitura visual da peça. A constatação é do professor Mateus Paranhos da Costa, do Etco (Grupo de Estudos em Etologia e Ecologia Animal, da Unesp/Jaboticabal), com Marcos Chiquitelli Neto, Stravos Tseimazides e Patrícia Barbalho.
O grupo afirma que o tempo gasto na leitura do brinco auricular tem influência direta no risco de acidentes e no bem-estar dos animais e dos vaqueiros. Ou seja, quanto mais rápida for a leitura, melhor.
Segundo o estudo, o local mais apropriado para fixação do brinco é na parte mediana da orelha, entre as nervuras superior e inferior. A pesquisa avaliou o trabalho do vaqueiro e o comportamento de dois lotes com as mesmas características durante a leitura; o primeiro lote tinha brinco na parte superior da orelha; o segundo, na parte mediana.
A leitura do brinco na porção mediana da orelha levou, em média, 6,1 segundos (desvio padrão 4,7”). O brinco na porção superior levou 11,4 segundos (desvio padrão 8,44”) para ser lido.
“A preocupação com um pequeno detalhe, como o local de fixação do brinco de identificação dos bovinos, trouxe benefícios para o processo de leitura durante o manejo de curral, melhorando a eficiência do trabalho com reflexo na redução de custos, diminuição de risco e melhoria do bem-estar para humanos e animais”, conclui o grupo.
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