Manter o registro do rebanho e seu desempenho (ganho de peso, reprodução, mortalidade, medicamentos, alimentação) ajuda a aumentar a eficiência da atividade, controlar o manejo e identificar os pontos críticos a serem controlados.
Quanto mais cedo a identificação começar, melhor. Além disso, cada animal deve ter seu próprio código. Isso parece simples, mas a equipe deve estar treinada para fazer o manejo no local correto e com bons equipamentos, sem estresse nem sofrimento desnecessário aos animais.
A identificação não pode ser um processo feito às pressas. É necessário planejar a ação, para que a marca – seja feita por tatuagem, brinco ou a fogo – seja duradoura. A equipe deve ter tarefas delegadas – conter, fazer a marcação, cuidar do material –, para que o manejo seja o mais racional possível. A pressa pode borrar a marca, rasgar a orelha ou deixar o brinco cair.
É preciso ter um cuidado dobrado com o material usado. Agulhas tortas usadas na tatuagem podem inviabilizar o trabalho, e equipamentos contaminados, ou manejo sem cuidados sanitários, podem provocar bicheira no animal.
No manejo de identificação, o gado deve estar sempre contido. Bezerros recém-nascidos podem ser contidos no pasto, por duas pessoas, mas animais maiores devem sempre ser manejados no tronco de contenção.
BRINCO
Na aplicação do brinco ou da tatuagem, a pescoceira deve ser posicionada o mais próximo da cabeça do animal. Se o tronco tiver apenas uma pescoceira, um segundo vaqueiro pode auxiliar na contenção, segurando a cabeça da rês com as mãos ou com um cabresto. Se tiver duas, ambas as peças devem ser usadas ao mesmo tempo.
É importante também atentar para o local da fixação do brinco, que interfere diretamente na agilidade da leitura durante o manejo. (veja mais no artigo publicado em: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=21138&secao=Manejo)
MARCA A FOGO
Renato dos Santos, médico veterinário e consultor da Beckhauser Tronco e Balanças dá as dicas para se conseguir uma boa marca: é preciso ter equipamento apropriado e pessoas com habilidade para evitar ferimentos.
Um bom ferro de marcar ou jogo de números deve ser construído em aço inox, por ser um material leve, durável, que não distorce e possibilita marcas sempre perfeitas. Os ferros de marcar devem ter 8cm para animais adultos, 6cm para recria (desmama) e 4cm para bezerros. As medidas 8, 6 e 4 correspondem ao diâmetro do círculo que contém a marca ou o número. A espessura do ferro (parte que toca no couro do animal) deve ser de 4mm.
A marcação a fogo precisa ser feita com o animal bem imobilizado, tanto com pescoceira quanto com a contenção do posterior. Um segundo vaqueiro pode melhorar a contenção dobrando a cauda do animal para cima e para frente, formando um arco – manejo conhecido por anestesia baiana. Esse procedimento insensibiliza superficialmente a região do posterior onde será feita a marca e evita que o animal sinta dor e que se movimente. Deve-se ter cuidado para não forçar demais, causando dor ao animal, em vez de alívio.
Para que a marca fique bem feita, o ferro deve estar bem quente (incandescente). Em três segundos de contato com o couro, sem pressão, deve-se obter uma queimadura superficial, sem queimar internamente, nem fazer feridas. Para finalizar, passe óleo queimado no local da queimadura. É uma técnica que destaca a marca e evita infecção ou a formação de casca.
O Grupo ETCO, da Unesp (Jaboticabal, SP) editou um manual sobre o tema “identificação” na série Boas Práticas de Manejo, que tem mais informações sobre forma correta de aplicar cada tipo de identificação. Para fazer dowload gratuito do manual, acesse: http://www.beckhauser.com.br/dicas_manuais.php.
Contenção correta para uma marca com qualidade e com segurança para o homem e para o animal
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