O manejo incorreto no transporte do gado causa estresse e lesões no rebanho, gerando prejuízo para o produtor. No entanto, estudos do Grupo ETCO (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal da Unesp, Jaboticabal – SP) já mostraram que o pecuarista pode desenvolver algumas ações simples, que diminuem as perdas do transporte.
Na fazenda
Primeiro e mais importante é acostumar o gado à lida, com visitas freqüentes ao curral, manejo calmo e sem agressões. O rebanho menos reativo sofre menos no embarque e se comporta melhor no caminhão.
Além disso, para que o trabalho da fazenda resulte em ganhos efetivos, o produtor deve acompanhar e exigir qualidade também no transporte e no manejo pré-abate do rebanho.
Um bom investimento é a fazenda enviar um funcionário para acompanhar o transporte e o desembarque do gado, para identificar pontos que devem ser corrigidos e melhorar a qualidade da carne. O funcionário pode ver diretamente, na carcaça, o resultado de lesões causadas também pelo manejo no curral e isso geralmente reflete em melhorias na lida da fazenda.
Há bons exemplos de propriedades que fazem esse acompanhamento e conseguiram reduzir significativamente o descarte provocado por lesões.
No caminhão
Também é importante estar atento à estrutura dos caminhões e ao treinamento dos motoristas, que, sem dúvida, também ajuda a reduzir o índice de problemas.
O caminhão deve estar sempre limpo e em boas condições, sem buracos, pontas ou parafusos salientes que possam ferir os animais. Recomendações do ETCO dizem que o melhor piso é o de borrachão com estrutura antiderrapante, que ameniza a trepidação e dá mais aderência para os cascos. Se o piso tiver grade, ela deve estar bem soldada. A carroceria deve ter vãos para ventilação, menores na parte central, e maiores na parte de baixo e no alto da gaiola.
É melhor fazer a viagem à noite ou no começo da manhã, quando a temperatura é mais amena. Se a distância for longa, o motorista deve parar sempre em sombras e levantar, sem agressão, os animais que estiverem deitados. Nas primeiras horas da viagem, é recomendado parar algumas vezes para conferir a acomodação dos animais.
No desembarque
No desembarque, os compartimentos do caminhão devem ser abertos um de cada vez para evitar atropelos. Quando o último animal estiver saindo, deve-se abrir o próximo compartimento, para que o restante do rebanho acompanhe o fluxo.
A rampa de desembarque do frigorífico deve ter inclinação leve e piso antiderrapante, estar limpa para que o gado não escorregue e ter laterais fechadas para evitar distrações que atrapalhem o fluxo de saída dos animais. No curral de descanso, deve haver água à vontade para os animais e, assim como no caminhão, não devem ser misturados lotes diferentes.
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