Quanto mais se faz estudos comparativos entre o manejo no tronco de contenção e o manejo convencional, mais os resultados apontam para a utilização do equipamento. Depois de provar que a vacinação feita no tronco, animal por animal, é mais barata, mais eficiente e tão rápida quanto no corredor coletivo ou brete, desta vez o Grupo de Estudos em Etologia e Ecologia Animal – Etco, da Unesp (Jaboticabal, SP), avaliou os manejos de descorna, marcação a fogo e vacinação de bezerros. O trabalho é resultado da pesquisa do zootecnista Murilo Henrique Quintiliano, coordenado pelo professor Mateus Paranhos da Costa.
A marcação a fogo, conhecida por carimbação, é feita na cara do bezerro para indicar o ano de nascimento. No manejo convencional, os vaqueiros detém os bezerros forçando as cabeças dos animais para fora do brete coletivo, por entre as réguas. A contenção é manual e os riscos são maiores. “Verificou-se elevado número de acidentes com os bezerros manejados dessa forma, com destaque para: deitar, pular, prender a pata, ficar preso e escapar”, diz o estudo.
A pesquisa apontou que 25,62% dos animais prenderam a pata, 22,08% deitaram, 18,21% pularam, 14,21% ficaram presos e 3,45% conseguiram escapar (média de três contagens realizadas pelo Etco). De acordo com o Etco, uma causa provável para o grande número de acidentes é o excesso de bezerros colocados ao mesmo tempo no brete. Os pesquisadores destacam ainda que para o mesmo procedimento – descorna, vacinação e carimbação de bezerros –, o manejo convencional não é mais rápido que o feito no tronco de contenção.
“Verificou-se que com o manejo racional são necessárias cinco pessoas para realizar todos os procedimentos, desde o embrete até a soltura dos animais, enquanto que no manejo convencional eram necessárias entre oito e nove pessoas para que o trabalho fosse realizado em tempo semelhante”, escrevem os pesquisadores.
Chama a atenção que, no manejo convencional, os pesquisadores notaram que há mais riscos de acidente também com os vaqueiros. No manejo racional, além de não terem sido registrados acidentes, o desgaste físico foi reduzido significativamente. De acordo com o estudo, após o término da pesquisa, os vaqueiros puderam escolher o manejo que julgassem melhor; a escolha foi pelo racional, feito com o tronco de contenção.
Siga as recomendações do Etco para melhorar o manejo com os bezerros. O protocolo é preliminar, mas colabora no desempenho do trabalho.
1- A apartação e condução dos bezerros para a seringa precisa ser feita com calma, sem correria ou gritos.
2- A contenção deve ser feita no tronco de contenção, prendendo os bezerros com a pescoceiras. Recomenda-se manter a pescoceira entreaberta e fechá-la quando o animal estiver em posição, de modo a evitar pancadas bruscas e lesões.
3- Para a marcação, deve-se manter a cabeça do animal segura com as mãos.
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