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A inauguração da primeira fábrica de óleo de maracujá do Rio de Janeiro, no último sábado, dia 14, pode representar um grande avanço na revitalização da fruticultura do Estado. A unidade piloto, uma parceria entre a Faperj e a iniciativa privada, é coordenada pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e tem como objetivo viabilizar técnica e economicamente a extração de óleo das sementes. Atualmente, na agroindústria de sucos, cerca de 30% da fruta vira suco e os outros 70% geram resíduos, considerados passivos ambientais. A agregação de valor desses resíduos vai beneficiar os produtores, o ambiente e a atividade frutícola regional.
O óleo da semente de maracujá tem alto valor agregado em função de sua propriedade hidratante, bastante visada pela indústria de cosméticos. Não é novidade o uso desse óleo para o desenvolvimento de produtos como sabonetes, perfumes e hidratantes, mas a viabilidade técnica e econômica de uma produção de larga escala desse óleo permanece um desafio. Esse é o foco dos estudos da Embrapa Agroindústria de Alimentos que estão sendo realizados na recém-inaugurada fábrica. De acordo com o pesquisador Sergio Cenci, a agroindústria carioca apresenta condições ótimas para a realização dos experimentos.
— Hoje a agroindústria de sucos do Rio de Janeiro tem potencial de processamento de frutas em torno de 50 mil toneladas, o que geraria em torno 30 mil toneladas de sementes e cascas. Considerando que de 20% a 30% dessa sobra são sementes, teremos por volta de nove mil toneladas de sementes — explica o engenheiro agrônomo, que estima o potencial produtivo da fábrica de óleo de maracujá em torno de 600 litros de óleo por dia, com possibilidade de expansão.
Na extração do óleo, a semente gera a torta que, no caso do maracujá, é rica em proteína e é indicada para compor a formulação de rações na alimentação animal. O óleo do maracujá também é comestível e serviria para consumo humano, mas isso reduziria o valor agregado do produto. O valor econômico que o produto apresenta para a indústria cosmética pode beneficiar diretamente os produtores, já que toda a cadeia produtiva da cultura é valorizada.
— O Rio de Janeiro foi um grande produtor de maracujá, mas uma série de dificuldades e problemas de ordem técnica e de organização da cadeia produtiva fez com que houvesse queda expressiva na produção. A ideia é aproveitar parque industrial que tem em termos de processamento da fruta e aproveitar esses resíduos para agregar valor à cadeia produtiva e assim, revitalizar e ampliar significativamente a cultura no Estado — diz Cenci.
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