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A produção de cachara em tanques rede pode ser uma nova opção de atividade para as populações ribeirinhas do Pantanal. Um projeto da Embrapa, iniciado ano passado, analisa densidades de estocagem, impactos gerados pela atividade e a questão de predadores, com o objetivo de avaliar a viabilidade desse tipo de piscicultura na região. O primeiro período de experimentos está em fase final e, em breve, dará origem a uma publicação que vai orientar os produtores locais.
Para os pescadores ribeirinhos, a atividade pesqueira na região fica cada vez mais difícil, exigindo viagens longas. A alternativa seria a produção de peixes em tanques de terra, mas ela é inviável porque o local é formado por uma grande planície e não tem nascentes em partes altas, de forma que a água do rio extravasa na época da cheia e alaga todo o terreno. Por isso a Embrapa Pantanal optou pela criação em tanques rede.
— Em tanques rede, os peixes são acondicionados em gaiolas flutuantes no rio e alimentados com ração. Então você tem controle da alimentação dele nas condições de sanidade, pode fazer o monitoramento e o manejo dentro da gaiola fica, de modo geral, muito mais fácil do que no tanque escavado. Além disso, enquanto no tanque de terra você coloca um peixe por metro quadrado, no tanque rede nos testamos três densidades de estocagem e a que deu mais certo foi a de 90 peixes por metro, o que significa 360 peixes por gaiola — explica o pesquisador Flavio Lima Nascimento, à frente do projeto, apontando alguns dos benefícios do tipo de produção escolhido.
O peixe cachara foi escolhido porque a espécie já é trabalhada pelo Aquabrasil, projeto em rede nacional que trabalha com melhoramento genético de espécies para todas as regiões do País. A partir desse projeto é possível ter informações relevantes sobre crescimento e reprodução da cachara nas condições do Pantanal, por isso optou-se por essa espécie.
Os trabalhos estão sendo desenvolvidos em um braço do rio Paraguai desde o ano passado. Ainda estão sendo avaliadas as condições ambientais da produção, mas a perspectiva é que a análise de dados do primeiro experimento seja concluída em breve para que uma publicação possa ser gerada para a comunidade ribeirinha local, que o público-alvo imediato do projeto.
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