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A camada arável do solo é aquela que o produtor consegue modificar com a utilização implementos agrícolas. Ela vai de zero a 40 centímetros e interfere significativamente na produtividade das culturas. No caso da cana-de-açúcar, estudos mostram que o manejo correto da camada arável do solo, em que a fertilidade desta área superficial é melhorada, aumenta a produtividade em até seis toneladas por hectare. As principais técnicas de manejo que devem ser empregadas para o sucesso ser obtido são a grande oferta de matéria orgânica ao solo, através do Plantio Direto ou do uso de compostos orgânicos, como a vinhaça, a adubação fosfatada, a calagem e a aplicação de potássio.
— O termo camada arável do solo é a parte superior do solo, que é revolvida pelos implementos agrícolas, geralmente atingindo de zero a 40 centímetros, que é a camada que o homem consegue trabalhar para melhorar as características físico-químicas do solo. É a parte rica do solo, onde o homem tira todo o seu alimento e sustento no campo — explica o engenheiro agrônomo Júlio César Garcia, do Centro de Cana-de-Açúcar do Instituto Agronômico de Campinas, que será um dos palestrantes do IV Seminário Ambicana, que acontece dia 18 de agosto, no IAC.
Garcia diz que a maioria dos solos brasileiros são deficientes em matéria orgânica, fósforo, cálcio, magnésio e potássio, que é o nutriente mais exigido pela cana. Segundo ele, a cana precisa de 1,4 quilos de potássio para cada tonelada de cana, o que corresponde a 140 quilos de potássio para 100 toneladas de cana-de-açúcar. Entre os micronutrientes, o maior cuidado deve ser com a aplicação de zinco e cobre, que podem ser repostos via adubação de plantio ou de sequeiras. Ele também ressalta a importância de se fazer análises do solo para saber precisamente quais são as maiores necessidades daquela área
— No Projeto Ambicana, o solo é classificado como um todo, abaixo da camada arável, inclusive, de 0 a 1,20 m de profundidade. Se obtém, com este estudo, a classificação do solo e os ambientes de produção em todo o perfil do solo. Se chega com este estudo aos ambientes de produção, que variam da letra A à letra E, sendo o melhor ambiente o A1, onde a cana tem os melhores índices de produtividade, e o pior ambiente o E2, onde a cana não produz. É importante prestar atenção na classificação dos solos porque o manejo consegue melhorar as condições, mas não consegue fazer ele saltar de E2 para A1. Consegue fazer pequenos aumentos como de B2 para B1, por exemplo, obtendo melhoras de produtividade de até seis toneladas por hectare — destaca.
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