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Agroindústria do imbu fortalece renda no Nordeste
300 quilos da fruta transformados em geléia, permitem elevação da renda em até R$ 1.800,00 na comparação com comercialização in natura
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Fernanda Birolo e Marcelino Ribeiro, Embrapa Semiárido
03/12/2013

O técnico Nilton de Brito Cavalcanti, da Embrapa Semiárido, há mais de duas décadas realiza pesquisas com imbu, como prefere chamar a espécie nativa da caatinga, que também é conhecida como umbu. Neste tempo, reuniu um grande acervo de informações fruto de acompanhamento detalhado, ano a ano, do crescimento e produção das plantas. Afora esses dados, agregou outros recolhidos em estudos de cadeia produtiva e do potencial agroindustrial.

Com base nessa experiência, Nilton faz uma conta interessante e que usa costumeiramente nas palestras e cursos feitos para agricultores, agricultoras, profissionais de assistência técnica e extensão rural e secretários de Agricultura.

Segundo ele, uma planta de imbuzeiro adulta pode produzir cerca de 300kg de frutos/ano. Se, como acontece com o extrativismo, são comercializados in natura ao valor de R$ 0,25/kg gera uma renda de R$ 75,00/planta/ano. Contudo, ao transformar em geléia, consegue processar quantidade equivalente a 720 potes de 125g, que vendido a R$ 2,50 cada pote, a renda cresce para R$ 1.800,00.

Se a opção for fazer doce, é possível obter 210kg polpa, ou 630 potes de 250g de doce, que, vendidos a R$ 2,50/pote, gera R$ 1.575,00. Mas essa mesma quantidade de polpa resulta em 2.100 pacotes de 100g/cada que pode ser vendida a R 1,05 e receber R$ 2.205,00. Estas são decisões que os produtores em associações podem tomar e obter maiores lucros.

Nilton chegou a esses dados após um estudo de cadeia produtiva do imbuzeiro onde acompanhou a valorização que o fruto vai recebendo do momento em que é colhido e vendido nas margens de estrada até os vários circuitos de comercialização (atravessadores, supermercados, ambulantes) e as formas de processamento porque passam em lanchonetes, delicatessens, restaurantes e hotéis.

Por isso defende que a agroindústria do imbuzeiro é uma das principais iniciativas de convivência com o semiárido. A possibilidade de instalação de pequenas estruturas de processamento em nível de comunidades e vinculadas a políticas públicas de âmbitos municipal, estadual ou federal, pode garantir fonte importante de renda e trabalho para os agricultores e suas famílias, durante todo ano.

Para ele, um exemplo bem sucedido é a experiência de mais de 20 do ProCUC nos municípios baianos de Uauá, Curaçá e Canudos. A organização dos agricultores nas comunidades, a qualidade e a competência gerencial fizeram dos seus doces, geléias, polpas, produtos de exportação para diversos mercados no Brasil e na União Européia.

Segundo Nilton, os frutos podem ser transformados em polpa e armazenados por mais de um ano. Deste modo, os agricultores dispõem de matéria prima para movimentar a pequena fábrica após o período da safra que acontece nos meses de chuva. Assim, “dispõem de fonte de renda mesmo na seca”, afirma.

A qualidade sanitária dos produtos pode ser obtida com recursos simples e baratos. No caso dos frutos é preciso usar concentrações de cloro que variam entre 10 a 70 ppm, com tempo de imersão de 15 a 30 minutos. “Frutos colhidos, ao invés de catadas no chão, onde as incrustrações em sua superfície são poucas, devem receber baixas concentrações com um tempo reduzido. Para frutos colhidos no chão, devem ser utilizadas as maiores concentrações de cloro, por maior tempo”, explica.

Outro fator importante no processamento de doce com polpa armazenada em temperatura ambiente é o controle do pH, o qual deve está sempre entre 2,5 a 3,5, cujo valor inibi o desenvolvimento de microorganismos patogênicos, entre estes, a bactéria que provoca o botulismo.

Segundo Nilton, incentivar a agroindústria do imbuzeiro tem conseqüências importantes na conservação do Bioma Caatinga, que tem sido afetado por desmatamento indiscriminados e a reduzida incidência de plantas novas na vegetação nativa. “A percepção dos benefícios da preservação do umbuzeiro para as comunidades pode vir a estimular iniciativas como preparação de mudas enxertadas ou não com o objetivo de revegetar esse ambiente”, afirma Nilton de Brito.

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