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O sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é um método sustentável de atividade rural que usa o solo de forma mais inteligente, prega a rotação de culturas e a não degradação do espaço explorado. Com a união das três formas de produção, vários produtos são tirados da mesma terra fazendo com que ela enriqueça e evitando processos de erosão e degradação nutricional. Outra vantagem, com o acréscimo da floresta no sistema de integração, é o sequestro de carbono, que diminui as emissões de gases de efeito estufa ao ambiente.
Os benefícios são tanto ambientais quanto econômicos. Além de emitir menos gás carbônico, o sistema diminui consideravelmente os problemas com erosão e degradação do solo, o que é uma vantagem dos dois lados porque não só a área vai ser recuperada como o produtor vai gastar menos com insumos e fertilizantes de solo e vai poder aumentar a sua produtividade naquela área.
— Com um sistema ILPF bem conduzido, o problema seríssimo que nós temos de erosão, de degradação do solo, a gente elimina. Quanto custa recuperar um solo degradado? Dependendo das situações, o produtor sabe que é inviável financeiramente. Outra vantagem é a redução da emissão de gases de efeito estufa. A agricultura e a pecuária podem sim contribuir para reduzir estes problemas. Uma boa pastagem também proporciona um ganho de peso mais rápido dos animais e, com isso, nós temos duas vantagens: a econômica, porque o boi vai ser abatido mais rapidamente, e a ambiental, porque a emissão de metano do metabolismo do boi também é bastante reduzido — explica o pesquisador Julio Cesar Salton, da Embrapa Agropecuária Oeste.
Com a ocupação da pastagem em uma área que antes era exclusivamente agrícola, as pragas e doenças da cultura serão reduzidas e, por outro lado, como há cultivo em áreas de pastagens, há aplicação de adubos no solo, o que aumenta a fertilidade da terra, resolve problemas de falta de nutrientes e aumenta a massa verde.
— A agricultura tem muitas incidências de pragas, doenças, a cada safra que passa aumenta o número de pragas e doenças novas, plantas daninhas. Essa série de coisas vai encarecendo no fim das contas o custo da lavoura e causando perdas. Na pecuária, nós temos o problema seríssimo de degradação das pastagens, em que, ao longo do tempo, elas vão perdendo a sua capacidade de suporte de prover alimento para os animais. Juntando tudo, a princípio poderia se imaginar que nós teríamos um enorme problema, mas não é isso que acontece quando há a integração. Na verdade, temos a solução destes problemas — ensina Salton.
O pesquisador diz que o primeiro passo para quem quer começar a adotar o sistema ILPF é se informar, porque, na opinião dele, a informação é o cuidado mais importante que o produtor deve ter. Salton diz que, por ser um sistema que ainda não é tão utilizado pelos produtores, o ideal é perguntar e trocar conhecimento. Ele recomenda que os técnicos e especialistas sejam consultados e que os produtores conversem com outros que já adotam o sistema Lavoura-Pecuária-Floresta para saber quais são as adaptações necessárias na sua região e para entender como funciona, na prática, o sistema. É preciso mudar a forma de pensar as formas de produção, diz Salton.
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