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Kamila Pitombeira
30/04/2012
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Um problema grave que atinge leitões na maternidade é a diarreia, que pode acarretar a morte dos filhotes, queda no desempenho e a consequente diminuição de produtividade. Segundo Nelson Morés, médico veterinário e pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, os riscos da diarreia são altos se os produtores não seguirem algumas medidas de manejo e fatores de controle. Ele diz que os principais problemas de diarreia na maternidade são a colibacilose, a rotavirose, a clostridiose e a isosporose, quatro principais enfermidades que afetam os leitões na fase de maternidade.
— A diarréia pode acarretar problemas relacionados à mortalidade, que dificilmente é elevada, o que depende da doença, mas varia de 3% a 5% acima da média normal da granja. A redução do desempenho dos animais também é um fator importante, além do aumento do uso de medicamentos e mão-de-obra para tratar esses animais. Além disso, se o peso do leitão for diminuído em 500g, isso significa uma perda de 2kg no final da creche e em torno de 6kg no final da terminação, o que representa uma perda importante para o suinocultor — afirma o pesquisador.
De acordo com ele, existem três fatores importantes que causam a diarréia. O primeiro deles diz respeito à ingestão de colostro e leite pelos leitões. Morés diz ser extremamente importante fazer com que os leitões ingiram o máximo de colostro possível nas primeiras 24 horas de vida. O colostro, além da resistência a doenças, fornece energia para o leitão que, ao nascer, apresenta baixa taxa de disponibilidade de energia.
— O segundo fator é a questão do controle dos fatores de risco. Dentro desses fatores está o frio, que está relacionado à ingestão de colostro. Se o leitão sofre frio, passa a ter um metabolismo baixo e ingerir menos colostro. Portanto, é importante que nos primeiros dias de vida dos filhotes seja fornecido um ambiente com temperatura em torno de 32°C e 34°C — orienta.
O médico veterinário ressalta que outro fator de risco importante é a contaminação ambiental na maternidade. Para ele, essa contaminação deve ser reduzida através da produção em lotes com vazio sanitário, seguido de limpeza, desinfecção e instalações vazias por um período de cinco dias. Deve-se ainda ter um cuidado máximo com a limpeza e desinfecção da maternidade.
— A maior parte dos agentes que causa diarreia tem via de contaminação com a ingestão de resíduos de fezes pelo leitão. Portanto, quanto menos ele tiver contato com fezes, tanto da porca, quanto dos leitões, menor é a probabilidade da ocorrência de diarreia. Além disso, existe ainda a questão da imunidade das porcas. Mesmo que exista um bom esquema de vacinação na granja, existem fatores que são inerentes ao procedimento de aplicação da vacina, desde a sua conservação até a forma como é aplicada nas porcas. Portanto, o produtor deve seguir um programa recomendado por veterinários — explica.
Para ele, o maior erro que os produtores acabam cometendo é a não ingestão de colostro pelos leitões no primeiro dia de vida associado ao frio. Isso porque, na maternidade, têm-se dois ambientes importantes. Morés diz que a porca exige uma temperatura em torno de 20°C, enquanto o leitão exige uma temperatura média de 34°C.
Portanto, é preciso ter um escamoteador para proporcionar esse clima ao leitão. Contudo, de acordo com o pesquisador, no primeiro dia de vida, o leitão não sabe utilizar o escamoteador e acaba ficando no mesmo ambiente da porca. Com isso, ele se resfria e gasta mais energia, além de acabar sendo vítima de esmagamento, diarreias e outras enfermidades.
— Existem vários medicamentos no comercio que podem ser usados, tanto via oral, quanto via injetável, para tratar os problemas de diarreia. Nos casos mais graves, é recomendada a utilização de medicamentos via injetável. Nos casos não tão graves, pode ser utilizado medicamento via oral, sempre seguindo a orientação de um médico veterinário. Mas o mais importante é a prevenção, pois uma vez que o leitão sofreu o problema, ela já passa a ter seu desenvolvimento prejudicado — conclui.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Suínos e Aves através do número (49) 3441-0400.
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