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Juliana Royo e Kamila Pitombeira
24/03/2011
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Os produtores sabem que a adubação correta do solo é fundamental para garantir bons resultados na lavoura e que uma nutrição equilibrada representa alta produtividade. No entanto, alguns produtores só dão importância aos macronutrientes, ou seja, os elementos mais exigentes de cada cultura. Porém, os micronutrientes, que exigem quantidades menores de adubação, também fazem muita diferença no desenvolvimento da planta e podem surpreender com bons resultados. No caso de solos pobres, a aplicação correta dos micronutrientes pode aumentar a produtividade da soja em 40%.
— A resposta das culturas, quando se encontra um solo que apresenta deficiência, é bastante acelerada, chegando muitas vezes a um aumento de até 40%. Então acaba proporcionando um fator econômico muito grande porque as dosagens são bastante baixas e representam um valor muito pequeno para proporcionar um grande aumento de produção — destaca o especialista em eoprocessamento e diretor da Tecfértil José Francisco da Cunha.
Cunha foi um dos palestrantes da 13ª Passarela da Soja, que aconteceu em Roda Velha (BA) no dia 12 de março. Em sua palestra durante o evento ele explicou que os principais micronutrientes na cultura da soja, principalmente nos solos do Cerrado que são pobres nestes elementos, são o boro, zinco, cobre, manganês e molibdênio.
— Com as técnicas desenvolvidas, os solos da região que são muito pobres tornam-se viáveis e altamente produtivos. A maior dificuldade que a gente tem é com a aplicação de boro. Ele não fica disponível nos solos porque está sujeito a perdas e não conseguimos utilizar dosagens muito altas em sistemas de adubação na linha porque ele pode ser tóxico em dosagens maiores. Temos que ainda desenvolver técnicas melhores para a sua aplicação — explica o especalista.
Outro nutriente complicado de lidar é o manganês porque Cunha explica que ele é um elemento sujeito a alterações de disponibilidade em função das alterações de condições climáticas e de umidade do solo. Mesmo assim, mas está ganhando uma grande utilização via foliar de uma forma eficiente, segundo o especialista, mas deve ser usado logo na fase inicial da cultura.
No caso do molibdênio, a aplicação pode ser feita tanto via foliar quanto na mistura com a semente. Com relação ao cobre e ao zinco, Cunha diz que as aplicações corrigidas ou em doses parciais dessa correção anualmente fazem com que os níveis do solo demorem de quatro a seis anos para atinjir os padrões adequados. Após este período é necessário apenas fazer uma aplicação anual apenas como dosagem de manutenção.
— Os principais cuidados que os produtores devem ter são: colocar a dosagem certa, a localização correta e os micronutrientes necessários que ele identificou, seja por análise de solo ou por análise de folhas nas culturas plantadas anteriormente — ressalta.
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