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O planejamento para fazer a correção do solo através da agricultura de precisão faz os custos ficarem cinco vezes menores. É o que garante o engenheiro agrônomo Roney Pedroso, pesquisador da Fundação MS. Ele ministra uma palestra nesta sexta-feira (26/02), em Dourados (MS), sobre o tema e apresenta números com os resultados. Houve não só significativa redução de custos como também melhora na produtividade.
Primeiro é feito um mapeamento da fertilidade da área para identificar que partes do terreno têm problemas, depois é feita a análise do solo em laboratório e aí então é decidido que tipos de corretores serão aplicados e em que áreas específicas eles serão usados. Desta forma, apenas os bolsões de baixa fertilidade da propriedade recebem os fertilizantes. Isto gera não só uma economia de insumos agrícolas, que serão usados em menos quantidade, como também redução com gastos de mão de obra de funcionários, tempo de máquinas que não vão percorrer toda a propriedade e diesel.
— Um dos custos que mais pesam para o produtor é a correção de solo e a manutenção de fertilizantes nas culturas anuais. Com essa técnica, não é necessário fazer a correção do solo como um todo, o produtor corrige somente um ponto da lavoura específico, economizando insumos. No primeiro ano de cultura, as respostas já são bastante interessantes. Temos visto uma economia muito significativa no uso de calcário, gesso e potássio. Ainda não posso revelar os números do estudo, que vamos apresentar hoje no Dia de Campo de Soja, em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Mas posso adiantar que tivemos casos em que economizamos 40% de calcário — comemora Pedroso.
A prática da agricultura de precisão e a ferramenta para o planejamento e correção do solo podem ser usados em todos os tipos de cultura. Com o mapeamento há o conhecimento efetivo do estado de fertilidade do solo, um aliado poderoso dos produtores que podem decidir melhor sobre indicação de culturas, épocas de plantio e densidade de semeadura. Com as análises em mão, é possível tomar decisões mais precisas, que poupam tempo, pessoal, maquinário e gastos.
— O processo de custos de monitoramento do solo, geração de mapas de fertilidade, análise de solo, interpretação e recomendação parece caro, mas perto dos custos que envolvem a aplicação de insumos ele é muito menor. Os custos desta técnica de planejamento e correção são de cerca de R$ 20 por hectare, enquanto a utilização de insumos agrícolas sem a análise específica gira em torno de R$ 100 por hectare. Às vezes esse valor chega a quase R$ 300 por hectare — explica o engenheiro agrônomo.
Pedroso chama atenção para a necessidade de alguém que domine a técnica, ele deve chamar alguém que tenha conhecimento na área. Não adianta o produtor querer fazer o mapeamento e as correções sem a técnica necessária para que tudo corra certo. Se a análise não for feita de maneira correta, por exemplo, todo o planejamento será feito em cima de dados incorretos.
— O produtor precisa ficar atento à questão técnica. As ferramentas de agricultura de precisão devem ser inseridas com domínio da parte técnica. Precisa haver um conhecimento profissional, principalmente em fertilidade do solo. A amostragem precisa ser feita com qualidade, detalhada, para ser representativa, senão o processo todo já começa errado. É necessária também a participação de um agrônomo que tenha experiência junto ao produtor rural — alerta.
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