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O mofo branco, também conhecido por murcha ou podridão de esclerotinia e podridão branca da haste, é causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary. Este fungo pode causar doença em mais de 400 espécies de plantas, compreendendo culturas de alto potencial econômico como o feijão, soja, girassol, algodão, tomate industrial, batata e algumas outras hortaliças a plantas daninhas, como o picão, carrapicho, caruru, mentrasto, etc.

A doença pode ser introduzida numa área por sementes contaminadas e escleródios junto às sementes. Estes escleródios, que são estruturas de resistência deste fungo, possuem formato irregular assemelhando-se muito a fezes de rato, de vários milímetros de diâmetro e comprimento. Inicialmente apresentam coloração branca, posteriormente, tornam-se negros e muito duros. Estas estruturas permanecem viáveis por mais de oito anos no solo e são altamente resistentes a substâncias químicas, calor seco e congelamento. Podem infectar diretamente as plantas ou dar origem aos apotécios (tipo de cogumelo, que irão produzir milhares de ascósporos, estruturas de propagação) que são disseminados pelo vento, chuva, água de irrigação e, possivelmente, pelos insetos. A disseminação do fungo pode ser realizada por meio do próprio escleródio, aderido a máquinas e implementos agrícolas, sapatos e botas, utilizados em áreas contaminadas pelo fungo.

Os primeiros sintomas aparecem como reboleiras, principalmente em local de plantio adensado e acamamento de plantas. Nos órgãos como hastes, folhas e vagens, os sintomas são manchas encharcadas, seguidas por uma espécie de massa branca e de aspecto “cotonoso”, que são as estruturas do fungo. Por fim, a doença progride até que as plantas murchem, evoluindo para tecidos secos e quebradiços. Nessa fase é possível ver a formação dos escleródios que, na colheita, caem ao solo. Este patógeno pode se desenvolver dentro de uma faixa de temperatura muito ampla, de 5ºC a 30ºC, porém alta umidade é o fator essencial para a sua ocorrência, por isso é grande a sua incidência em áreas irrigadas. O estádio mais propício ao início do aparecimento do mofo branco pode coincidir com a emissão dos primeiros botões florais.

Para o controle do mofo branco, são recomendadas medidas integradas, pois devido à rapidez de desenvolvimento da doença, em condições de ambientes favoráveis, medidas isoladas têm se mostrado muito ineficientes. Deste modo, o controle da doença deve começar por medidas que evitem a entrada do patógeno em áreas onde este ainda não tenha ocorrido, como o uso de sementes certificadas livres do patógeno, limpeza dos implementos, evitar tráfego de pessoas, carros e animais de áreas contaminadas para áreas não contaminadas.

Em áreas onde já se encontra a doença, a rotação de culturas com gramíneas pode ajudar a reduzir a concentração inicial do fungo no solo, pois as espécies desta família vegetal não hospedam a doença. A densidade de plantio pode ser reduzida proporcionando às plantas melhor aeração. O plantio direto na palhada, como de braquiária, tem apresentado bons resultados segundo vários estudos, pois, além de aumentar a população de micro-organismos controladores desta doença, dificulta a entrada de luz necessária para a formação dos apotécios. A palhada por sua vez, também forma barreira física, que impede que os ascósporos alcancem a parte superior à palhada. O uso de fungicidas compatíveis de forma preventiva e também direcionada em locais onde já tenha sido relatada a doença é imprescindível.

Como o fungo é de difícil controle e pode ficar no solo por muitos anos, é indispensável utilizar-se de uma importante ferramenta dentro do manejo integrado desta doença, o controle biológico. Uma alternativa seria o uso de espécies do fungo Trichoderma spp, que são antagônicas ao patógeno e suas estruturas de resistência. Neste caso, este fungo atua sobre S. sclerotiorum a médio e longo prazo, reduzindo o inóculo inicial existente, permitindo um manejo mais eficiente da doença.

Bons resultados no controle do mofo branco podem ser obtidos com a associação de espécies de Trichoderma com o plantio direto na palhada, uma vez que, além do aumento da atividade de micro-organismos benéficos no solo como um todo, através desta prática, é possível identificar um favorecimento do fungo Trichoderma que em meio a toda a comunidade microbiana, se destaca na supressão da doença.

Atualmente existem várias empresas nacionais produzindo inúmeras formulações à base de Trichoderma spp. para o controle do mofo branco, no entanto, é muito importante observar a qualidade destes bioprodutos. Recomenda-se consultar profissionais especializados na área para a escolha e o uso adequado destes. É necessário que o produtor aplique todas as medidas disponíveis para o controle do mofo branco, visando reduzir os custos e obter os benefícios esperados.

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Paulo Horvatich
07/10/2010 - 15:24
Parece que nÒo Ú tÒo simples assim a questÒo do trichoderma.

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1 comentário

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