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Guia avalia melhores árvores para pastagens
Arborização de pastagens é uma alternativa para diversificar a renda do produtor rural, oferecer mais conforto ao animal, melhorar a fertilidade do solo e aumentar a produtividade do rebanho
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Carlos Maurício de Andrade, Embrapa Acre
24/10/2013

A arborização de pastagens é uma alternativa para diversificar a renda do produtor rural, oferecer mais conforto ao animal, melhorar a fertilidade do solo e aumentar a produtividade do rebanho. Para ajudar na escolha das espécies, nesta sexta-feira (25 de outubro), a Embrapa lança o Guia Arbopasto: manual de identificação e seleção de espécies arbóreas para sistemas silvipastoris. O evento será realizado às 9 horas, no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-AC), em Rio Branco (AC).

O guia descreve 51 espécies diferentes que ocorrem naturalmente em pastagens e traz duas modalidades de classificação: as que possuem melhores características para fornecimento de serviços, tais como qualidade da sombra, dos frutos, de fornecimento de nitrogênio e as melhores árvores para produção de madeira. No total, foram avaliadas 15 características de cada espécie.

Bordão-de-velho foi uma das 51 espécies avaliadas

“Trata-se de um manual para ajudar o produtor rural a fazer arborização de pastagens, tanto para escolher espécies a serem plantadas, quanto para manter as espécies que já ocorrem no pasto”, afirma o pesquisador da Embrapa Acre, Carlos Maurício de Andrade, um dos editores técnicos do Guia.

Foram catalogadas árvores de pastagens no Acre e de Rondônia, mas a maioria das espécies ocorre, também, nos outros biomas brasileiros. “Das espécies avaliadas, 100% estão presentes na região Norte, 76% no centro oeste, 53% no nordeste, 31% no sudeste e 20% no sul do Brasil, ou seja, é um guia de abrangência nacional e internacional, porque temos paisagens parecidas nos países que fazem fronteira com o Brasil, como Peru, Bolívia, Colômbia e Equador”, declara Andrade.

Para a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Ana Karina Salman, também editora técnica, o Guia Arbopasto pode ser considerado um marco para as pessoas que trabalham com sistemas silvipastoris e agroflorestais. “Não somente pelas informações sobre as espécies, mas principalmente pela metodologia inovadora que foi utilizada para avaliar e selecionar as árvores. O principal diferencial dessa publicação é a metodologia que nós desenvolvemos”, destaca.

O primeiro capítulo trata sobre a situação atual e as perspectivas para arborização de pastagens na América Latina; o segundo sobre conceitos, benefícios e métodos de implantação de sistemas silvipastoris; o terceiro sobre o método utilizado para classificar as espécies listadas e o último é o guia de espécies.

Sistemas integrados de produção
Os sistemas silvipastoris integram árvores e pastagens para criação de animais e conferem maior sustentabilidade à atividade produtiva. Para o pesquisador da Embrapa Acre, Tadário Kamel, um dos autores do livro, o Guia Arbopasto pode ser um importante aliado para implantação desses sistemas. “Estudos já comprovaram os benefícios do uso dessas espécies listadas no Guia, tanto em sistemas de regeneração espontânea, como em sistemas em que as árvores são plantadas”, afirma.

Melhores espécies
A espécie que apresenta as melhores características para fornecimento de serviços foi o bordão-de-velho (Samanea tubulosa), árvore nativa, que ocorre principalmente na Amazônia e no Cerrado. “Em geral, as leguminosas, como é caso do bordão-de-velho, apresentam características interessantes devido a sua capacidade de fixar nitrogênio e arquitetura da copa, que permite passagem de luz solar adequada para o crescimento das gramíneas, dentre outros fatores”, afirma Andrade.

Para a produção de madeira, o parapará (Jacaranda copaia) se destacou das demais espécies. Árvore nativa que ocorre na região norte, nordeste e centro-oeste, essa espécie cresce rápido e a madeira tem um bom valor de mercado. As outras 51 espécies estão listadas no Guia Arbopasto, que pode ser adquirido na Livraria Embrapa www.embrapa.br/livraria.

Guia Arbopasto em números
Cinco anos de pesquisa;
51 espécies avaliadas;
15 características pesquisadas de cada espécie;
10 mil quilômetros rodados;
100 propriedades rurais visitadas;
5 mil imagens coletadas;
345 páginas;
4 capítulos.

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FERNANDO CARDOSO-USP ESALQ,1936
24/10/2013 15:37:30
Espero que a tecnologia inovadora tenha avaliado o efeito do sombreamento sobre a vegetação dos capins, com consequente redução da produção de forragem expressa em kg/h de matéria seca. Haveria gramíneas menos sensíveis ao efeito depressivo da sombra?

Rohger Castilhos
25/10/2013 14:58:16
Importante também saber quanto o animal perde com o desconforto da exposição direta ao sol.

Paulo Kageyama
25/10/2013 15:16:31
Existem especies arboreas leguminosas que fixam Nitrogenio que melhoram a pastagem sob suas copa. Eh aceito que a sombra aumenta em cerca de 10% a producao de leite.

Joh N. Landers, Associação de Plantio Direto no Cerrado
29/10/2013 16:30:08
Sempre queria saber se Neem como sombra afugenta a mosca do chifre. A madeira do neem presta? Espero o livro não se restrinja a árvores nativas, pois a Teca seria uma ótima alternativa para sombra e madeira.jw62k

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