dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     22/11/2024            
 
 
    
Sustentabilidade    
Projeto integra saberes populares e científicos
Sociedade civil e Embrapa discutem projetos de pesquisa em agroecologia e agrobiodiversidade
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Fernanda Birolo, Embrapa Semiárido
22/05/2013

Em uma experiência inovadora de construção coletiva, a Embrapa abriu espaço para a sociedade civil participar de forma ativa da avaliação e elaboração de seus projetos. A iniciativa está em consonância com a proposta do principal tema em questão – a agroecologia e a agrobiodiversidade –, que pressupõe que os saberes populares estejam aliados aos saberes da ciência.

As discussões tiveram início no workshop “Agrobiodiversidade e Agroecologia no Nordeste”, realizado entre os dias 15 e 17 de maio em Petrolina (PE), em uma parceria entre a Embrapa e o Ministério do Meio Ambiente (MMA). O evento reuniu pesquisadores das Unidades da Embrapa que atuam na região (Agroindústria Tropical, Algodão, Caprinos e Ovinos, Cocais, Mandioca e Fruticultura, Meio Norte, Semiárido e Tabuleiros Costeiros), organizações governamentais e não governamentais, universidade e movimentos sociais.

Iniciativa destaca a necessidade de ouvir as experiências locais dos produtores

Para subsidiar os trabalhos, foram apresentados os projetos voltados para a agricultura familiar no Nordeste que estão em andamento na empresa ou que já foram finalizados. Todos eles foram avaliados pelos representantes da sociedade civil, que, com essas informações e com as experiências acumuladas, levaram ao debate suas propostas, críticas e sugestões.

“Nós consideramos que foi uma iniciativa muito interessante, principalmente olhando para o conjunto de pessoas que tem discutido o tema”, observa Neilda Pereira, secretária executiva da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA - Pernambuco). Ela destaca especialmente a participação dos produtores, que são os reais protagonistas das ações em agroecologia: “Não estamos fazendo para essas pessoas, mas construindo com eles esse conhecimento a partir das experiências e a partir, sobretudo, da vontade que esse povo tem de viver nessa região, de construir alternativas e contribuir para as políticas públicas”.

A necessidade de ações mais participativas também foi reforçada pelos agricultores presentes no evento. “A gente sofre muita intervenção de políticas públicas, e elas têm sido erosivas em vários aspectos, porque vêm de cima para baixo e não dialogam com as experiências locais”, afirma Euzébio Cavalcanti, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remígio (PB). Para ele, a pesquisa tem um papel muito importante na mudança desse cenário, pois se ela passa a ser transversal, com o tempo as políticas públicas também vão seguir o mesmo caminho, contribuindo para a construção da diversidade.

As trocas de informações e de experiências que ocorreram no evento também foram bem avaliadas pelos pesquisadores da Embrapa. “É interessante porque amplia a nossa visão e as nossas parcerias com os agricultores e as organizações sociais, permitindo que possamos colaborar mais nos projetos deles, assim como eles podem colaborar nos nossos”, declara Aldete Ferreira, da Embrapa Semiárido.

Para o pesquisador Altair Toledo Machado, gestor do Macroprograma 6 da Embrapa, voltado para a agricultura familiar, essa aproximação com os produtores vai permitir “construir projetos mais integrados, conectar-nos adequadamente aos problemas deles, desenvolver projetos ou lacunas que ainda não foram trabalhadas e potencializar aquelas ações que são demandas reais dos agricultores.”

Diagnóstico
Do encontro entre Embrapa e sociedade civil resultou a formação de um grupo paritário, com oito membros (4 da Embrapa e 4 da sociedade civil), que fica responsável por dar continuidade à discussão e às ações dos projetos em agroecologia e agrobiodiversidade. A primeira missão será a realização de uma sistematização da agrobiodiversidade no Nordeste, com um levantamento das plantas, nativas ou domesticadas, utilizadas ou conservadas pelos agricultores da região.

Esse diagnóstico é uma das metas do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que integra a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), lançada em 2012 pelo Governo Federal, após longo processo de diálogo com a sociedade civil. Sua finalidade é integrar, articular e adequar políticas, programas e ações indutoras da transição agroecológica e da produção orgânica e de base agroecológica.

Sua implementação, em nível nacional, é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Embrapa participa, entre diversas outras ações, da realização desse diagnóstico. Por esta razão o MMA, além de apoiar a realização do workshop, também esteve representado no evento, representado por Claudia de Souza, da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR), que apresentou aos participantes a Política e o Plano, dando subsídio para a realização dos debates.

A previsão é de que a sistematização da agrobiodiversidade na região Nordeste seja realizada até o mês de outubro. A partir de então, servirá de base tanto para a realização de ações do Planapo quanto para a continuidade da discussão entre a Embrapa e a sociedade civil para a elaboração de projetos integrados de pesquisa com foco em agroecologia e agrobiodiversidade.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários
Integração reduz impactos ambientais
Além de emitir menos gás carbônico, lavouras, pastos e florestas integrados minimizam problemas com erosão e degradação do solo
Inseticida combate broca-da-erva-mate sem agredir ambiente
Bovemax, que deve chegar ao mercado este ano, utiliza apenas um óleo vegetal e um fungo que causa doença ao inseto da cultura
Pimenta bode: cheiro forte, frutos uniformes e ideal para conserva
Embrapa Hortaliças vai lançar pimenta em junho, mas sementes só chegam ao mercado para os produtores no ano que vem
Ração de galinhas poedeiras proporciona maior lucratividade na venda de ovos
Diminuição do nível de fósforo reduz custos da mistura
Dica: bê-a-bá da balança rodoviária
O emprego destes equipamentos reduz os custos operacionais e proporcionam agilidade. Para garantir pesagens seguras, no entanto, é importante estar munido de algumas informações.
O uso de maturadores na cultura do café
Alternativa de produto tem o objetivo de, com sua aplicação foliar, promover maior uniformidade da maturação e também a antecipação da colheita de 15 a 20 dias.
Produção de Híbridos na Piscicultura
Tecnologias como a indução hormonal e reprodução artificial, tornam a produção de peixes híbridos uma prática relativamente simples
A pecuária e os gases de efeito estufa
A qualidade da dieta do animal tem forte influência sobre a emissão de metano e é essa uma das principais linhas de pesquisa visando mitigar a emissão de GEE
A maior oferta de carne bovina no mundo depende de nós
Os números recentes da pecuária comprovam que a atividade responde rapidamente aos investimentos
O descaso das autoridades ocasionou prejuízos aos produtores de feijão
O que os produtores desejam são regras claras. Se não há recursos para cumprir as promessas, não as façam. Não induzam a pesados prejuízos os sofridos produtores brasileiros
Nova cultivar de feijão rende de quatro a cinco mil quilos por hectare
Indicada para produtores de PR e SP, a IPR Tuiuiú deve chegar ao mercado em 2011
Embrapa investe em tecnologias sustentáveis para combater doenças na lavoura
A expectativa é que dentro de dois anos novos produtos não tóxicos estejam disponíveis
Fitorreguladores equilibram desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta
Substância reguladora impede que algodoeiro cresça demais, reduzindo os custos de produção em 4%
Inseticidas usam bactérias para combater insetos nas plantações
Produto não agride o meio ambiente, é 100% eficaz e pode ser usado em diversos tipos de cultura

Conteúdos Relacionados à: Agroecologia
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada