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A Ferrugem Asiática da Soja (FAS) é uma doença causada por um fungo (Phakopsora pachyrhizi) e que provoca a formação de pequenas pústulas que levam ao necrosamento do tecido foliar e rápida queda das folhas. A grande produção de esporos do fungo costuma deixar as folhas alaranjadas, daí o nome de ferrugem. Como se trata de uma doença de rápido desenvolvimento, de 7 a 10 dias, desde a infecção até a produção de novos esporos fúngicos, esta doença tem um papel muito importante dentro do processo produtivo, necessitando uma atenção muito grande no que se refere aos aspectos de monitoramento e medidas de controle.
Nos anos 2000, década em que a doença teve a ocorrência iniciada no Brasil, as perdas provocadas foram muito grandes, com prejuízos acima de 9 bilhões de reais somente no Mato Grosso, mesmo com um trabalho intensivo por parte do poder público e das instituições de apoio aos produtores de soja. Temos como exemplo a Instrução Normativa do Estado de Mato Grosso IN 04/2005 (16/12/2005) que estabeleceu a proibição de plantio de soja durante os três meses que antecedem a semeadura da safra (para a região do Médio Norte de MT estabeleceu-se um vazio sanitário para o intervalo de tempo entre 15/6 a 15/9) na tentativa de se evitar a ponte verde de soja irrigada, que estava servindo de fonte de inóculo da doença para a safra seguinte. Este vazio sanitário continua em vigor e já foi implementado em todo o Brasil.
Na safra anterior, de 2010-2011, devido a um longo período de seca no período de entressafra, esta doença diminuiu a sua intensidade em todo o País, contudo voltou a preocupar nesta safra de 2011-2012 nas regiões bastante chuvosas ainda com soja em fase de florescimento ou de enchimento de grãos. No Médio do Mato Grosso, incluindo Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, dentre outros municípios foram detectados focos da doença já em muitos casos em estado avançado de desenvolvimento, estando atrelada esta ocorrência às intensas chuvas e ao fechamento das entrelinhas da soja, que dificultou o manejo químico.
Focos iniciais já foram relatados em todo o Brasil, sendo o primeiro deles no estado de Minas Gerais, no dia 20/11/2011 e logo em seguida em Goiás, Distrito Federal e Paraná.
Para o controle da doença, sem dúvidas, o tempo mostrou que a melhor estratégia é a da prevenção, e isto geralmente se inicia com certa antecedência, onde passa pelo conhecimento da dinâmica de produção regional. A utilização de variedades precoces é um primeiro passo, evitando-se maior tempo de exposição das plantas à doença. Assim, além de ser necessária a escolha correta da variedade, é também necessário que a aplicação química atinja o alvo adequadamente, principalmente a folhas que se localizam no terço inferior da lavoura, local onde geralmente a doença facilidade de se desenvolver e proliferar. Estas pulverizações devem ser realizadas antes da entrada da doença na lavoura, de forma preventiva, visto que o efeito dos fungicidas se prolonga e protege as plantas mais adequadamente nestas condições.
Nos últimos anos, alguns produtos químicos diminuíram a sua eficácia, pelo fato do fungo ter alterado a sua habilidade de sobrevivência, tornando a escolha do produto uma etapa muito importante no processo de produção. Assim, não se recomenda que se utilizem fungicidas do grupo dos triazóis isoladamente, dando prioridade a produtos já formulados contendo princípios ativos compostos de triazóis e estrobilurinas.
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