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Atacando as plantas em folhas, flores e frutos, a vassoura-de-bruxa causa sérios prejuízos ao cultivo do cacau. A doença reduz a produção de frutos sadios e, desde a década de 1980, atinge as lavouras. O fungo devastou a cultura no país em apenas cinco anos, fazendo a produção cair de 460 mil toneladas para menos de 120 mil por safra. Para combater a praga, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) vem testando um produto natural que evita agressões ao meio ambiente. A expectativa é que o biofungicida esteja no mercado ainda este ano.
De acordo com Manfred Müller, coordenador técnico científico da Ceplac, o Tricovab é composto pela fermentação do Trichoderma stromaticum, antagônico ao causador da vassoura-de-bruxa, que evita a esporulação do fungo e, consequentemente, a disseminação da doença. Quando diluído em água e pulverizado na lavoura, o produto tem eficiência de 99% no solo e cerca de 57% na copa das árvores. Os testes são realizados pela Ceplac há pelo menos oito anos em 473,6 mil hectares infestados na Bahia. Desse total, 150 mil hectares estão em recuperação com a introdução de 39 clones resistentes à doença e com o manejo adequado das áreas.
— Uma das grandes vantagens do Tricovab é o fato de ser considerado um fungicida orgânico. Ele pode ser aplicado na vassoura seca presa à planta, mas a eficácia é muito maior se o agricultor retirar a vassoura e jogar no solo. Ou seja, o manejo adequado é justamente esse. O biofungicida foi desenvolvido experimentalmente para a vassoura-de-bruxa, o que não quer dizer que ele não atue em outros patógenos. Por ser um fungo antagônico, é provável que evite também outras doenças em outras plantas — ressalta Müller.
Manfred Müller conta que as primeiras tentativas para a introdução do Tricovab no mercado foram feitas há cinco anos. Porém, a necessidade de novas análises fez com quem o dossiê oficial fosse entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em setembro do ano passado. O Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos (CTA), com equipes multidisciplinares e ministeriais, é o responsável pela avaliação e dá o prazo de três a quatro meses para decretar o registro definitivo do biofungicida.
Para maiores informações, basta entrar em contato com a Ceplac pelo telefone (61) 3966-3250.
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