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Uma nutrição equilibrada, com alimentos saudáveis e de qualidade, oferecidos na medida certa para os animais são muito importantes para o rebanho. Não só para que os animais atinjam o peso ideal e melhorem a produtividade, mas também são agentes contra infecções e parasitas. Assim como os seres humanos, animais saudáveis são menos suscetíveis a doenças. Os produtores devem usar todas as formas de controle contra os agentes patogênicos, principalmente a vacinação e cuidados sanitários na fazenda, mas a nutrição também precisa ser levada a serio. A médica veterinária Márcia Cristina de Sena Oliveira, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, é uma das palestrantes do Curso Produção Intensiva de Bovinos de Corte, que acontece em São Carlos, entre os dias 26 e 28 de outubro. Na sua aula, a pesquisadora vai falar sobre os cuidados que precisam ser tomados contra as principais doenças infecciosas e parasitárias do gado de corte e a nutrição é uma delas.
— A nutrição influencia toda a saúde do rebanho, porque se o animal não está saudável ele fica mais suscetível às doenças tanto parasitárias quanto infecciosas provocadas por vírus e bactérias. As principais doenças infecciosas são a febre aftosa, a brucelose e a tuberculose que devem ter um controle rigoroso. Outras doenças também são importantes como as clostridioses. Embora ocorram outros problemas, como infestação pelas larvas da mosca do berne e mosca das bicheiras, no caso das doenças parasitárias o principal problema é a infestação pelo carrapato bovino, que, além de causar espoliação sanguínea e anemia, transmite os agentes da tristeza parasitária bovina. A tristeza é um quadro provocado por dois tipos de babese e uma bactéria que têm sintomas muito similares e deixam o animal muito debilitado. O principal problema gerado com isso é a hemólise porque os agentes destroem as células vermelhas de sangue do animal e provocam uma espoliação muito grande — explica a médica veterinária.
O mercado de carnes é muito exigente e o produtor não pode ficar desprevenido nem ter perdas na sua produção por causa de falta de cuidados no controle das doenças. Os carrapatos são um caso exemplar da necessidade de atenção em vários aspectos do rebanho. Além da boa nutrição, uso de carrapaticidas adequados a cada situação e banhos com intervalos específicos, é muito importante que o produtor tenha cuidado com o pasto, que é um grande foco de infestação de carrapatos. A própria quantidade de animais confinados no mesmo espaço deve ser levada em conta porque os carrapatos podem ser transmitidos de um gado para outro. No caso da tuberculose, evitar que a doença chegue à propriedade é o mais importante, já que a única forma de controle desta doença nos animais é o sacrífico dos doentes. Os produtores têm que fazer a tuberculinização dos animais, identificação dos positivos e eliminação dos contaminados.
— A febre aftosa não causa muitos problemas aos animais, mas é um fator de restrição no mercado de carne. A brucelose é uma doença reprodutiva, provoca abortos e é de difícil controle, mas os produtores devem fazer a vacinação das fêmeas ainda bem jovens para evitar que elas desenvolvam a doença na fase reprodutiva. Agora, ela está sendo controlada de forma mais intensiva pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento através do programa de controle da brucelose e tuberculose. A tuberculose é uma doença crônica que tem uma importância muito grande porque pode ser transmitida para os seres humanos. Ela é mais típica de animais que são criados de forma intensiva — esclarece a pesquisadora.
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