Nivea Schunk 20/04/2010

O Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) lança este ano uma nova cultivar de feijão do grupo comercial preto. A IPR Tuiuiú, registrada para cultivo nos Estados do Paraná e São Paulo, apresenta um potencial de rendimento entre quatro e cinco mil quilos por hectare. Além de enfrentar a murcha de fusarium e proporcionar resistência moderada a doenças não suscetíveis ao controle químico, como a mancha angular e a ferrugem, os grãos exibem tempo reduzido de cozimento e boas características nutricionais.

— Na média de 21 ensaios estabelecidos no Paraná, a Tuiuiú superou em torno de 18% as testemunhas Irapuru e FT Nobre. Já os experimentos nos 24 ensaios conduzidos em diferentes regiões de São Paulo, superou em 14% as testemunhas IAC Diplomata e IAC Una. De arquitetura bem ereta é uma alternativa resistente ao acamamento, facilitando a colheita mecânica direta. A expectativa é que em 2011 o feijão já esteja na mesa do consumidor — explica Vania Moda Cirino, pesquisadora do Iapar.

Atuante na área de melhoramento genético de plantas, a engenheira agrônoma conta ainda que a IPR Tangará do tipo carioca, recomendada recentemente, já está à disposição do sistema produtor de sementes para chegar às lavouras. O material, apto aos fatores climáticos adversos, combate enfermidades próprias das safras de verão e inverno. Com excelente qualidade de grãos, o peso de mil sementes fica em torno de 290 gramas.

As variedades oferecem vantagens econômicas não só pelo aumento e estabilidade de produção, como também na redução da periodicidade das pulverizações. Um número menor de aplicações garante uma ótima colheita e diminui os riscos de contaminação com a manipulação dos defensivos.

— O agricultor sempre deve estabelecer seus plantios com sementes de origem segura, garantindo a pureza física e genética do material e também a qualidade fitopatológica dessa semente. Essa é a melhor forma de prevenir infestação e  disseminação de doenças na sua área de produção. Existem doenças em feijão de difícil erradicação para as quais não há tratamento químico — sugere.

	"IPR Tangará combate  enfermidades próprias  das safras de verão e  inverno"  Vania Moda Cirino,  do Iapar