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O recorrente problema de baixa emergência de sementes no campo, principalmente durante o verão, motivou um estudo sobre o estabelecimento de plantas em altas temperaturas no Brasil. Sob a coordenação da Embrapa Hortaliças, avaliações acerca do cultivo de alface e cenoura, culturas bastante consumidas internamente, comprovaram a interferência direta do clima sobre os reguladores de crescimento das sementes. O processo é prejudicado pela inibição da produção de etileno, substância responsável por determinados ciclos vegetais desde a germinação até a senescência dos vegetais.
Chefe Adjunto de Comunicação, Negócios e Apoio da unidade, Warley Nascimento explica que esses resultados viabilizam avanços nas pesquisas moleculares, para a utilização de ferramentas biotecnológicas, na inserção das características em cultivares mais resistentes aos estresses climáticos.
— Inicialmente, temos que pensar nas empresas que produzem as sementes para os produtores. A primeira constatação foi que essas sementes geradas em locais quentes como o Norte de Minas Gerais, conseguem uma germinação melhor do que aquelas oriundas do Sul do Brasil, por exemplo. A redução da quantidade de etileno e de algumas enzimas de digestão da parede celular da semente altera a capacidade de desenvolvimento. Agora, a próxima etapa é decodificar os genes diretamente relacionados à deficiência— revela.
Nascimento afirma, no entanto, que o cultivo de alface e cenoura já pode contar com algumas técnicas mais avançadas. A melhor forma de garantir a sanidade da germinação é optar por fornecedores especializados, que comercializam sementes tratadas. Outra recomendação mais simples, porém igualmente importante, é fazer a semeadura nos finais de tarde, preferindo sempre os dias mais frescos. De acordo com ele, o fato de a semente absorver a água em temperaturas amenas, nas primeiras horas de embebição, diminui os riscos de termo-inibição.
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