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Incaper quer melhorar produção de pimenta-rosa
Pesquisa seleciona genótipos de aroeira com maior potencial para produção de frutos e produtos com princípios bioativos
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Luciana Silvestre Girelli, Incaper
11/01/2017

O Espírito Santo, um dos principais produtores de pimenta-rosa, poderá melhorar ainda mais a qualidade desse produto. Por meio de pesquisa desenvolvida por uma bióloga do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), foram selecionados genótipos de aroeira com maior potencial para produção de frutos e produtos com princípios bioativos.

A pesquisa intitulada seleção de genótipos, manejo e perfil químico de aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) no Espírito Santo foi realizada pela bióloga Fabiana Gomes Ruas por conta de seu mestrado em Biologia Vegetal na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

“O objetivo dessa pesquisa consistiu em selecionar, manejar e caracterizar genótipos de aroeira com potencial na produção de frutos e produtos com princípios bioativos para agregação de valor na agricultura familiar”, explicou a bióloga.

Ela contou, ainda, que a pesquisa foi feita na área experimental do Projeto Biomas/Mata Atlântica, localizado na Fazenda São Marcos, em Linhares, e em áreas de produtores rurais nos municípios de Sooretama e São Mateus.

Qualidade do produto para a indústria
De acordo com Fabiana Ruas, essa pesquisa possibilitou a indicação de orientações de cultivo e manejo dessa espécie vegetal, uma vez que há um aumento de demanda para essa cultura agrícola no Espírito Santo. “Observamos que as atividades que envolvem a cadeia produtiva da aroeira estão passando por uma fase de transição do extrativismo para cultivos comerciais. No Estado já existem duas indústrias de beneficiamento e exportação da pimenta-rosa e com demandas crescentes por informações sobre aroeira, além das constantes dúvidas que existem nas instituições financiadoras”, contextualizou Fabiana.

Ela disse que o resultado da pesquisa possibilita agregar valor à cultura a partir da exploração de produtos com princípios bioativos que podem ser extraídos de frutos e folhas – sendo estas últimas um material descartado atualmente – mas que também pode ser aproveitado como alternativa de renda do produtor.

“Por meio desse estudo, será possível fortalecer parcerias institucionais a partir da possibilidade de realização de análises químicas simplificadas aferindo e validando a qualidade da produção capixaba para melhoria do valor do produto final, tornando-o mais competitivo em diversos mercados que exigem essa qualificação por se tratar de produto para exportação”, explicou Fabiana.

Resultados alcançados
Os resultados dessa pesquisa são inéditos e possibilitam novas recomendações técnicas para a cultura no Espírito Santo e até mesmo no Brasil. Uma delas é o uso de mudas clonais para plantios comerciais de aroeira, com a possibilidade de dobrar o ganho em termos de produtividade e produção de frutos.

Além disso, identificou-se que a aroeira responde bem à adubação e que, por conta disso, o cultivo comercial da aroeira deve levar em consideração a análise química do solo. Deve ser feito o manejo das plantas com a poda dos ramos, pois apesar da planta ser considerada rústica, existem restrições. A poda drástica não é recomendada.

“O caminho para se trabalhar agronomicamente essa espécie é a seleção de matrizes com qualidade, altamente produtivas resistentes a doenças e pragas e potencial para o mercado. As plantas com características conhecidas estão sendo clonadas e incluídas no banco de germoplasma do Incaper”, explicou Fabiana.

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