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Anelise Macedo, Embrapa Hortaliças
21/11/2016
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Uma união de forças está contribuindo para promover o redesenho das atividades agrícolas de dois municípios do estado do Rio Grande do Norte. Experimentos com o plantio de alho nobre em Porta Alegre e Martins, localidades sem tradição de cultivo com a hortaliça, estão respondendo de maneira bastante positiva a algumas novidades tecnológicas, a exemplo da vernalização – processo de armazenamento em câmara com temperatura de 3 a 5°C, por um período de 40 a 60 dias, com umidade entre 70 e 80%. No Brasil, a vernalização é utilizada para a produção de alhos nobres em regiões onde o fotoperíodo (duração do dia em relação à noite em um tempo de 24 horas) e temperatura são limitantes à cultura.
O trabalho conjunto reúne professores e doutorandos da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e de pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) em torno do programa intitulado "Produção de alho submetido a períodos de vernalização e épocas de plantio em região de clima semiárido". Iniciado em 2012, o projeto teve como premissa inicial a recuperação e revitalização da cultura de alho no município de Mossoró, a partir da avaliação de experimentos com alho nobre, comercialmente mais competitivas.
Entretanto, devido às condições desfavoráveis – cultivo de alho nobre em baixas altitudes – as atividades tiveram que ser repensadas e reordenadas, de acordo com pesquisador Francisco Resende, coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Alho da Embrapa Hortaliças. "Identificamos duas regiões serranas, acima de 600 metros de altitude, onde se poderia fazer experimentos com a vernalização de cultivares de alho nobre, iniciativa que tem gerado resultados bastante promissores, e que vêm despertando o interesse dos produtores da região", registra o pesquisador.
Segundo ele, o grande diferencial desse trabalho - entre outras atividades de melhoramento de alho desenvolvidas em outras regiões do País - é a introdução de uma tecnologia até então desconhecida no Semiárido brasileiro. "Com a vernalização e o plantio sob condições adequadas, estamos constatando nos experimentos que é possível alavancar a produção de alho nobre no Semiárido, o que, pela sua valorização no mercado, poderá influenciar positivamente na economia do estado por meio da exportação", sublinha.
As atividades prosseguem, agora na fase dos chamados ajustes fitotécnicos, quando são trabalhadas as questões da irrigação, da adubação e do espaçamento, essenciais, na opinião da professora da UFERSA Maria Zuleide Negreiros, para alcançar melhores níveis de produtividade "dando assim maior suporte à revitalização da cultura de alho no Rio Grande do Norte".
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