dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     23/11/2024            
 
 
    

No final de fevereiro, diziam as notícias na TV e jornais que o etanol vendido em nossos postos de combustíveis só tinha preços vantajosos para donos de veículos em quatro Estados brasileiros; nos demais, era menos vantajoso que o da gasolina. Nas distribuidoras, a gasolina estava sendo vendida a preços inferiores àquele que está custando a importação.

A produção de etanol combustível, na verdade, caiu por causa do atrelamento de seus preços de venda aos preços dos derivados de petróleo importado – no desejo de impedir que uma alta se refletisse nos índices de inflação. Mas é um caminho que pode ter consequências indesejadas, também para o setor de biogás, que não deveria ter de acompanhar as regras vigentes para os derivados e não ser inibido em sua expansão, que é desejável para o país. As cadeias produtoras de biogás e biocombustíveis (etanol e biodiesel) não precisam ter freios ditados pela área do petróleo.

O futuro próximo, em todo o mundo, está na área das energias renováveis, segundo a Agência Internacional que as contabiliza. As energias de fontes hídricas, eólicas, solares, das biomassas e outras crescerão 80% na demanda na área nos próximos 20 anos. E o Brasil pode chegar a 55% de fontes renováveis na geração de energia até 2030.

Até 2025 o mundo consumirá 15% menos de petróleo e 12% menos de carvão. E para não ter de aumentar ainda mais o consumo de gás (estimado em 11%) e de energia nuclear (mais 25%), terá de ampliar as fontes de bioenergia, hídrica e outras, que o “World Energy Outlook” hoje estima passarem de 13,1% da matriz energética para 17,59%. No Brasil a participação do petróleo e derivados cairá 10%, assim como a do carvão, mas crescerá a do gás (40%) e a do urânio (15%). Segundo analistas, a participação de derivados da cana-de-açúcar e outras energias renováveis mal chegará a compensar a redução da participação da energia hídrica na matriz, assim como do carvão vegetal.

Nesse panorama, seria conveniente não desestimular a geração por fontes da biomassa, do biogás e outras. Não desperdiçar energia eólica, como acontece ao não se completarem linhas de transmissão para usinas já implantadas. Energias mais baratas das renováveis também poderão contribuir para o combate à inflação – ao reduzir, por exemplo, a participação das termelétricas, cuja energia é algumas vezes mais cara. O Brasil, por essa e outras razões, tem a 11.a tarifa de energia mais cara no mundo, segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Mas o investimento em renováveis no país em 2013 caiu para US$3,4 bilhões, quando chegara a US$7,1 bilhões no ano anterior.

Uma das sugestões do setor sucroalcooleiro está em aumentar a participação do etanol anidro misturado à gasolina, dos atuais 25% para 27,5% ainda neste ano – o que permitiria reduzir a importação de petróleo e aumentaria o consumo de biocombustível (proposta que está sendo analisada pelos fabricantes de veículos). O etanol - área em que o Brasil foi pioneiro com o Proálcool - perdeu competitividade com as políticas de preços e estímulos ao petróleo importado e de produção interna. E para a safra 2014/15 a estimativa de produção de cana-de-açúcar é menor que a anterior.

É preciso reiterar sempre que são muitas as vantagens para o país com a geração de energia por biomassas – menor emissão de poluentes no transporte e outros setores (com influência decisiva nas mudanças climáticas), geração de empregos na zona rural, disponibilização de energia para regiões de baixa renda ou isoladas. Essa é uma área em que também são patentes as vantagens da microgeração de energia partir do biogás proveniente de dejetos animais – como já se comentou em edições anteriores desta newsletter.

Tudo isso deve levar a uma reflexão que possa conduzir ao fim das distorções que hoje impedem o crescimento da participação das energias derivadas das biomassas em nossa matriz energética – contrariando o que recomendam tantos estudos no mundo.

Artigo originalmente publicado em 24/3/2014

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários
Algodão Brasileiro Responsável ganha força
Adesões ao ABR aumentam para nova safra. Meta é unificar protocolo de certificação de sustentabilidade na produção
Pesquisa estuda alternativas para controle químico e biológico da broca-do-café
O monitoramento dos cafezais minimiza o uso excessivo de inseticidas
Embrapa investe em caracterização de plantas por imagem
Tolerância à seca é objeto de estudo pela importância que o déficit hídrico vem ganhando nos últimos anos
Software para irrigação está em fase final de desenvolvimento
Irriga Fácil traz como novidades a possibilidade de programar a irrigação em milho, sorgo e feijão para três classes de solo e em dois sistemas de irrigação
Broca-gigante da bananeira: desafio para a cultura da banana no Acre
Inseto, que também ocorre em Rondônia, é uma temível praga para a cultura da cana-de-açúcar nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, além de atacar fruteiras e até pastagens
Sensores proximais e sua aplicação no contexto da Agricultura de Precisão
Alguns anos atrás houve um direcionamento errado sobre sua aplicação, sendo relacionada unicamente ao uso de maquinaria agrícola pesada em estabelecimentos de grande porte. Hoje, no entanto, existe ampla gama de instrumentos de pequeno porte que viabiliza a utilização da AP até para o pequeno agricultor
Prioridade para biomassas
Segundo analistas, a participação de derivados da cana e outras energias renováveis mal chegará a compensar a redução da participação da energia hídrica na matriz, assim como do carvão vegetal. Seria conveniente não desestimular a geração por fontes da biomassa, do biogás e outras
Lagartas #prime#comem tudo#prime# substituídas por vespinhas
Empresa nascida em Piracicaba, como uma incubadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós (Esalq), da USP, desenvolveu parasitóides, no caso vespas, que agem nos ovos de outras pragas antes que as larvas se tornem lagartas
Uso do leite no controle do oídio
Produtor da Bahia usa leite para controlar o oídio desde 2005
Falso-carvão nas lavouras de arroz em Rondônia
Doença é causada por um fungo que sobrevive nos restos das plantas de arroz, pode ser transportado pelo vento e pela água e também pelas sementes contaminadas
Rotação de tomate com milho aumenta produtividade
Prática promove economia em quantidade de fertilizantes e favorece ao equilíbrio do solo
Café: sustentabilidade econômica via Produção Integrada
Norma favorece a rastreabilidade de toda a produção e o desenvolvimento de uma certificação nacional do produto, desde a instalação da lavoura até a comercialização

Conteúdos Relacionados à: Biocombustível
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada