dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     30/01/2025            
 
 
    

O Brasil é o maior produtor mundial de café, sendo que a cada três sacas produzidas no mundo, uma delas é produzida nas fazendas brasileiras. Mas como qualquer cultura agrícola, o café está sujeito aos efeitos do clima, como excesso ou falta de chuva, geadas, e a ocorrência de pragas e doenças. Além disso, o cafeicultor ainda lida com os efeitos da bienalidade, que é o hábito de o café produzir bem em um ano, e produzir pouco no ano seguinte. Como resultado, há poucas oportunidades de ganhar dinheiro durante a sua jornada como cafeicultor, porque a sua única chance durante o ano é na colheita, então é essencial que o agricultor consiga lucrar o máximo possível a cada oportunidade. É importante entender que a colheita é o fruto do que foi feito durante toda a implantação e manutenção do cafezal, e que um bom manejo resulta em uma lavoura mais produtiva e na produção de grãos de qualidade. Mas, não adianta produzir bem sem vender bem.

Além de todos os riscos de perdas de produção, o mercado de café tem um comportamento de preços muito instável, sendo que em alguns anos os preços chegam a níveis muito altos, como aconteceu em 2011, que os preços dispararam, e em outros anos alcança preços que não chegam a pagar nem mesmo o custo de produção. Como alternativas, existem mecanismos de gerenciamento de riscos, que contribuem para diminuir o risco de o produtor vender o seu produto a preços baixos, que são os mercados futuros.

Mercado futuro é um mercado onde são negociados contratos, que são compromissos em que uma pessoa se compromete a comprar, e a outra a vender, sendo que cada contrato negociado possui a quantidade e o preço do produto fixados, e possuem data de vencimento futura, e são todos negociados nas bolsas de valores. O mercado futuro é composto por muitas pessoas, que possuem intenções diferentes. Participam especuladores, que são pessoas que não trabalham no mercado físico com café, ou seja, é qualquer investidor que tenha interesse de ganhar dinheiro no mercado futuro, e são importantes para que o mercado tenha alta liquidez, que é a facilidade de investir ou sair do investimento, ou seja, vender ou comprar contratos. Também participam os hedgers, que são pessoas que possuem alguma ligação no mercado físico com o café, ou seja, podem ser os cafeicultores, armazenadores ou mesmo os beneficiadores do grão. Outro participante é o arbitrador, que é uma pessoa que procura diferenças entre o preço futuro e o preço físico do café, que é essencial para que não ocorram grandes diferenças de preço entre os mercados, aumentando a eficiência do gerenciamento do risco de preço.

Mas, e como que o cafeicultor pode diminuir o risco de preços baixos e vender melhor o seu produto através dos mercados futuros? Como primeiro passo, o produtor deve escolher entre participar do mercado com contratos ou com minicontratos, o que vai depender do tamanho da produção. As duas modalidades são negociadas em dólares dos Estados Unidos da América, possuem os meses de vencimento março, maio, julho, setembro e dezembro, sendo que as principais diferenças são: cada contrato é referente a quantidade 100 sacas de 60 kg de café arábica cru, em grão, tipo 4/5 ou melhor, bebida dura ou melhor, e o minicontrato refere a quantidade de 10 sacas de 60 kg de café arábica em grão, tipo 6 ou melhor, bebida dura ou melhor.

Após definir o seu objetivo, é necessário procurar uma corretora, porque toda a negociação nas bolsas de valores é feita através da corretora. A partir de então, o cafeicultor pode dar a ordem de venda ou de compra de contratos. Ele garantirá o seu preço da seguinte forma: ao garantir o preço em junho de R$400,00/saca para o mês de vencimento de setembro, ao chegar setembro e o preço estiver R$350,00/saca no mercado físico, ele poderá dar o aviso de entrega no mercado futuro, entregando a mercadoria em São Paulo, por R$400,00/saca em setembro, sendo que esta forma de saída do mercado é chamada de encerramento por entrega; outra opção é entregar a mercadoria no mercado físico por R$350,00 mas receber a diferença (R$50,00) no mercado futuro, totalizando os R$400,00, que é o encerramento por liquidação financeira; ou então, se o cafeicultor não quiser esperar chegar na data de vencimento, ele pode sair a qualquer momento do investimento, fazendo a operação inversa no mercado futuro, ou seja, se ele vendeu contratos futuros, ele deve comprar a mesma quantidade de contratos, com a mesma data de vencimento.

Portanto, os mercados futuros são opções muito interessantes para o cafeicultor que pretende vender bem o seu produto e planejar a sua atividade, seja para reduzir os riscos da atividade, aumentar seu lucro ou para cumprir com financiamentos estabelecidos antes da safra. Antes de investir, é importante buscar orientação na área e se registrar junto a uma corretora que atua na bolsa de valores.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Alexandre Ernesto
18/12/2013 12:37:47
Excelente texto!
Parabéns!

Tâmara Pôrto de Castro Arruda
20/12/2013 10:11:12
20/12/2013-10:04hs

Parabéns continue informando aos produtores quanto a qualidade e risco no plantio e sucesso nas vendas!!!!!

Ivanir de Castro Pereira
23/12/2013 08:18:29
Parabéns. Você semeou, cuidou e agora é tempo de colheita.6ne3

Andre Luis Da Silva
05/09/2016 12:41:27
Parabéns !!!
otimo texto, encaixou perfeitamente na minha pesquisa em relacao a comercializacao do cafe.

Para comentar
esta matéria
clique aqui
4 comentários
Adubação nitrogenada na soja é desnecessária
Pesquisa conduzida pela Embrapa comprova que soja não precisa da aplicação de adubos nitrogenados seja na semeadura ou no desenvolvimento
Milho safrinha é opção para suplementar alimentação do rebanho
Segundo pesquisador, milho produz a melhor silagem para o gado porque o grão tem qualidade superior, melhor digestibilidade e maior valor nutritivo
Manejo correto de inseticida evita custo excessivo
Identificação de espécie da praga e realização de amostragens são métodos indicados para combate na sojicultura
Ferrugem da soja: rápida disseminação preocupa
Mesmo só tendo sido detectada mais tarde, doença vem se alastrando rapidamente
Colhedora adaptada de girassol tem maior velocidade
Produtores devem criar suporte entre 50 e 60cm de altura na plataforma de milho usando telinha ou saco de adubo
Meliponicultura: rainhas in vitro podem alavancar atividade
Pesquisadores desenvolvem nova técnica que permite criação de abelhas sem ferrão em massa
Problemas iniciais em soja
Alguns dos sintomas causados por herbicidas, por insetos e mesmo por estresses fisiológicos podem ser confundidos com danos causados por doenças, levando a erros de diagnóstico e, consequentemente, de manejo
Biblioteca da Embrapa: uma rica fonte de pesquisa disponível aos amazonenses
Atualmente, acervo conta com mais de 24 mil peças bibliográficas em diferentes suportes: livros, folhetos, teses, separatas, periódicos, CDs, DVDs e mapas
Comercialização de café: administrando riscos através do mercado futuro
É importante entender que a colheita é o fruto do que foi feito durante toda a implantação e manutenção do cafezal, e que um bom manejo resulta em uma lavoura mais produtiva e na produção de grãos de qualidade. Mas, não adianta produzir bem sem vender bem
Como o marketing e a comunicação pode ajudar na educação do produtor?
A parceria da mídia também será essencial e, junto com ela, o grande desafio de alistar as mídias sociais nessa guerra pela educação e capacitação para a sustentabilidade
O momento da automação agropecuária
Cada vez se torna mais premente viabilizar a automação em maior escala em função da contínua redução de mão de obra para atuar em diferentes atividades no campo, um cenário comum nos países desenvolvidos e que avança rapidamente no Brasil
Sobre população, alimentos, assimetrias e oportunidades
Para a maioria das espécies, obedientes à regulação da natureza, o normal é a vida florescer onde há fartura de alimentos. Mas, com gente é diferente, já nos ensinou Jair Rodrigues, em #quot#Disparada#quot#
Broca-do-fruto faz produtores abandonarem plantios de cupuaçu
Pesquisa busca soluções para a praga, que é mais grave nos estados do AM e RO onde os plantios estão sendo abandonados devido à alta incidência. PA e AP também já relatam presença da praga
Farmácia viva beneficia pecuaristas
Plantas medicinais são base para a produção de fitoterápicos que ajudam no tratamento de doenças e no controle de pragas para a criação de animais
Mão de obra: qualificação profissional ainda é desafio
Indisponibilidade de mão de obra e a alta rotatividade dos funcionários também estão entre os problemas mais citados em levantamento do Senar, em MT
Óleo vegetal combate mosca do caju e não danifica mel
Para matar a mosca branca do cajueiro produtores usam agrotóxicos contra a praga que também causam danos às abelhas polinizadoras e contamina mel
Zoneamento aliado a boas práticas agrícolas
Produtor deve seguir recomendações técnicas relativas ao manejo de solo e escolha correta da cultivar
Embrapa lança cultivar de arroz desenvolvida para o Maranhão
BRSMA 357 é um arroz tipo agulhinha e de fácil cozimento. Seu grão tem rendimento industrial acima de 70%, o que é superior às variedades cultivadas no estado
Embrapa Cerrados fortalece pesquisas em mandioca e maracujá
Trabalhos buscam melhorar a qualidade de vida de agricultores familiares
Agroindústria do imbu fortalece renda no Nordeste
300 quilos da fruta transformados em geléia, permitem elevação da renda em até R$ 1.800,00 na comparação com comercialização in natura
Forrageira e milho safrinha: consórico viabiliza sustentabilidade
Características de solo, temperatura, precipitação, altitude e histórico de uso da área, fazem das informações necessárias para traçar estratégia de planejamento
Milho voluntário se torna problema na safra de soja
Como herbicida usado nas duas culturas é o mesmo, milho se torna uma planta daninha muito agressiva na lavoura de soja, o que traz mais dificuldade para controle

Conteúdos Relacionados à: Colheita
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada