dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     30/01/2025            
 
 
    
Pós-produção      
Agroindústria do imbu fortalece renda no Nordeste
300 quilos da fruta transformados em geléia, permitem elevação da renda em até R$ 1.800,00 na comparação com comercialização in natura
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Fernanda Birolo e Marcelino Ribeiro, Embrapa Semiárido
03/12/2013

O técnico Nilton de Brito Cavalcanti, da Embrapa Semiárido, há mais de duas décadas realiza pesquisas com imbu, como prefere chamar a espécie nativa da caatinga, que também é conhecida como umbu. Neste tempo, reuniu um grande acervo de informações fruto de acompanhamento detalhado, ano a ano, do crescimento e produção das plantas. Afora esses dados, agregou outros recolhidos em estudos de cadeia produtiva e do potencial agroindustrial.

Com base nessa experiência, Nilton faz uma conta interessante e que usa costumeiramente nas palestras e cursos feitos para agricultores, agricultoras, profissionais de assistência técnica e extensão rural e secretários de Agricultura.

Segundo ele, uma planta de imbuzeiro adulta pode produzir cerca de 300kg de frutos/ano. Se, como acontece com o extrativismo, são comercializados in natura ao valor de R$ 0,25/kg gera uma renda de R$ 75,00/planta/ano. Contudo, ao transformar em geléia, consegue processar quantidade equivalente a 720 potes de 125g, que vendido a R$ 2,50 cada pote, a renda cresce para R$ 1.800,00.

Se a opção for fazer doce, é possível obter 210kg polpa, ou 630 potes de 250g de doce, que, vendidos a R$ 2,50/pote, gera R$ 1.575,00. Mas essa mesma quantidade de polpa resulta em 2.100 pacotes de 100g/cada que pode ser vendida a R 1,05 e receber R$ 2.205,00. Estas são decisões que os produtores em associações podem tomar e obter maiores lucros.

Nilton chegou a esses dados após um estudo de cadeia produtiva do imbuzeiro onde acompanhou a valorização que o fruto vai recebendo do momento em que é colhido e vendido nas margens de estrada até os vários circuitos de comercialização (atravessadores, supermercados, ambulantes) e as formas de processamento porque passam em lanchonetes, delicatessens, restaurantes e hotéis.

Por isso defende que a agroindústria do imbuzeiro é uma das principais iniciativas de convivência com o semiárido. A possibilidade de instalação de pequenas estruturas de processamento em nível de comunidades e vinculadas a políticas públicas de âmbitos municipal, estadual ou federal, pode garantir fonte importante de renda e trabalho para os agricultores e suas famílias, durante todo ano.

Para ele, um exemplo bem sucedido é a experiência de mais de 20 do ProCUC nos municípios baianos de Uauá, Curaçá e Canudos. A organização dos agricultores nas comunidades, a qualidade e a competência gerencial fizeram dos seus doces, geléias, polpas, produtos de exportação para diversos mercados no Brasil e na União Européia.

Segundo Nilton, os frutos podem ser transformados em polpa e armazenados por mais de um ano. Deste modo, os agricultores dispõem de matéria prima para movimentar a pequena fábrica após o período da safra que acontece nos meses de chuva. Assim, “dispõem de fonte de renda mesmo na seca”, afirma.

A qualidade sanitária dos produtos pode ser obtida com recursos simples e baratos. No caso dos frutos é preciso usar concentrações de cloro que variam entre 10 a 70 ppm, com tempo de imersão de 15 a 30 minutos. “Frutos colhidos, ao invés de catadas no chão, onde as incrustrações em sua superfície são poucas, devem receber baixas concentrações com um tempo reduzido. Para frutos colhidos no chão, devem ser utilizadas as maiores concentrações de cloro, por maior tempo”, explica.

Outro fator importante no processamento de doce com polpa armazenada em temperatura ambiente é o controle do pH, o qual deve está sempre entre 2,5 a 3,5, cujo valor inibi o desenvolvimento de microorganismos patogênicos, entre estes, a bactéria que provoca o botulismo.

Segundo Nilton, incentivar a agroindústria do imbuzeiro tem conseqüências importantes na conservação do Bioma Caatinga, que tem sido afetado por desmatamento indiscriminados e a reduzida incidência de plantas novas na vegetação nativa. “A percepção dos benefícios da preservação do umbuzeiro para as comunidades pode vir a estimular iniciativas como preparação de mudas enxertadas ou não com o objetivo de revegetar esse ambiente”, afirma Nilton de Brito.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários
Adubação nitrogenada na soja é desnecessária
Pesquisa conduzida pela Embrapa comprova que soja não precisa da aplicação de adubos nitrogenados seja na semeadura ou no desenvolvimento
Milho safrinha é opção para suplementar alimentação do rebanho
Segundo pesquisador, milho produz a melhor silagem para o gado porque o grão tem qualidade superior, melhor digestibilidade e maior valor nutritivo
Manejo correto de inseticida evita custo excessivo
Identificação de espécie da praga e realização de amostragens são métodos indicados para combate na sojicultura
Ferrugem da soja: rápida disseminação preocupa
Mesmo só tendo sido detectada mais tarde, doença vem se alastrando rapidamente
Colhedora adaptada de girassol tem maior velocidade
Produtores devem criar suporte entre 50 e 60cm de altura na plataforma de milho usando telinha ou saco de adubo
Meliponicultura: rainhas in vitro podem alavancar atividade
Pesquisadores desenvolvem nova técnica que permite criação de abelhas sem ferrão em massa
Problemas iniciais em soja
Alguns dos sintomas causados por herbicidas, por insetos e mesmo por estresses fisiológicos podem ser confundidos com danos causados por doenças, levando a erros de diagnóstico e, consequentemente, de manejo
Biblioteca da Embrapa: uma rica fonte de pesquisa disponível aos amazonenses
Atualmente, acervo conta com mais de 24 mil peças bibliográficas em diferentes suportes: livros, folhetos, teses, separatas, periódicos, CDs, DVDs e mapas
Comercialização de café: administrando riscos através do mercado futuro
É importante entender que a colheita é o fruto do que foi feito durante toda a implantação e manutenção do cafezal, e que um bom manejo resulta em uma lavoura mais produtiva e na produção de grãos de qualidade. Mas, não adianta produzir bem sem vender bem
Como o marketing e a comunicação pode ajudar na educação do produtor?
A parceria da mídia também será essencial e, junto com ela, o grande desafio de alistar as mídias sociais nessa guerra pela educação e capacitação para a sustentabilidade
O momento da automação agropecuária
Cada vez se torna mais premente viabilizar a automação em maior escala em função da contínua redução de mão de obra para atuar em diferentes atividades no campo, um cenário comum nos países desenvolvidos e que avança rapidamente no Brasil
Sobre população, alimentos, assimetrias e oportunidades
Para a maioria das espécies, obedientes à regulação da natureza, o normal é a vida florescer onde há fartura de alimentos. Mas, com gente é diferente, já nos ensinou Jair Rodrigues, em #quot#Disparada#quot#
Broca-do-fruto faz produtores abandonarem plantios de cupuaçu
Pesquisa busca soluções para a praga, que é mais grave nos estados do AM e RO onde os plantios estão sendo abandonados devido à alta incidência. PA e AP também já relatam presença da praga
Farmácia viva beneficia pecuaristas
Plantas medicinais são base para a produção de fitoterápicos que ajudam no tratamento de doenças e no controle de pragas para a criação de animais
Mão de obra: qualificação profissional ainda é desafio
Indisponibilidade de mão de obra e a alta rotatividade dos funcionários também estão entre os problemas mais citados em levantamento do Senar, em MT
Óleo vegetal combate mosca do caju e não danifica mel
Para matar a mosca branca do cajueiro produtores usam agrotóxicos contra a praga que também causam danos às abelhas polinizadoras e contamina mel
Zoneamento aliado a boas práticas agrícolas
Produtor deve seguir recomendações técnicas relativas ao manejo de solo e escolha correta da cultivar
Embrapa lança cultivar de arroz desenvolvida para o Maranhão
BRSMA 357 é um arroz tipo agulhinha e de fácil cozimento. Seu grão tem rendimento industrial acima de 70%, o que é superior às variedades cultivadas no estado
Embrapa Cerrados fortalece pesquisas em mandioca e maracujá
Trabalhos buscam melhorar a qualidade de vida de agricultores familiares
Agroindústria do imbu fortalece renda no Nordeste
300 quilos da fruta transformados em geléia, permitem elevação da renda em até R$ 1.800,00 na comparação com comercialização in natura
Forrageira e milho safrinha: consórico viabiliza sustentabilidade
Características de solo, temperatura, precipitação, altitude e histórico de uso da área, fazem das informações necessárias para traçar estratégia de planejamento
Milho voluntário se torna problema na safra de soja
Como herbicida usado nas duas culturas é o mesmo, milho se torna uma planta daninha muito agressiva na lavoura de soja, o que traz mais dificuldade para controle

Conteúdos Relacionados à: Agroindustria
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada