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Solo e Clima |
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Biocarvão: sequestro de carbono e melhor fertilidade do solo |
Embrapa Solos estuda a utilização de resíduos carbonizados para a aplicação agrícola, a fim de reproduzir qualidade da terra preta de índio |
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O biocarvão é um resíduo da produção de biocombustível. Ele é obtido a partir de uma biomassa que passa por um processo de pirólise, que é um tratamento térmico de carbonização. Este material residual carbonizado pode ser usado como condicionador de solo para melhorar a fertilidade e sequestrar carbono. A intenção dos pesquisadores com o uso do biocarvão é tentar reproduzir em laboratório a alta fertilidade das terras pretas de índio, naturais da Amazônia. Estudiosos de outros países se dedicam a estas terras amazônica, mas a Embrapa Solos é uma das poucas instituições, até agora, que está perto de conseguir criar esta tecnologia para ser aplicada no campo.
— Na verdade, esse é um tema que tem interesse muito grande porque compactua com várias questões que nós temos hoje como a da recuperação de áreas degradadas, mudança climática global, em que você precisa realmente diminuir a concentração de gás carbônico na atmosfera, sequestrando ele. Um diferencial é que a gente trabalha o processo de sequestro de carbono de uma forma útil. Muitas propostas se preocupam só com o sequestro em si. No nosso caso, além do sequestro de carbono contribuir para mitigar os efeitos do aquecimento global, a gente estaria melhorando a fertilidade do solo. O produtor rural não estaria fazendo algo somente com vista ambiental, mas com retorno econômico real — explica o pesquisador Etelvino Henrique Novotny, da Embrapa Solos .
Novotny é um dos palestrantes da 18ª Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água, que acontece de 8 a 13 de agosto, em Teresina, Piauí. Ele explica que esta matéria carbonizada demora mais tempo para se decompor e tem uma resistência à degradação muito grande. A matéria orgânica rica em carbono no solo pode aumentar a fertilidade do solo, fazer com que ele retenha mais água e nutrientes para as plantas, além de melhorar de forma geral as características químicas, físicas e biológicas do solo. Aplicando este resíduo orgânico carbonizado no solo, o produtor estaria turbinando o seu potencial de produtividade.
— A gente tem muita coisa a ser feita ainda, porque é um tema bem complexo. Tem situações em que este material já tem uma resposta positiva na produção e outros casos em que não há resposta. Precisamos estudar mais os materiais para saber o porquê e que tipo de material vai ter a resposta que a gente espera. Do ponto de vista da produção deste material já com valor agregado, a gente está ainda em escala laboratorial, mas já conseguimos resultados bem interessantes. A intenção é utilizar o modelo que a gente tem de matéria orgânica presente nos solos da Amazônia, as terras pretas de índio, e a gente está tentando reproduzir estes benefícios dos solos férteis da Amazônia — compara.
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Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia. |
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Ben Hur Marimon Junior, Dr. Pesquisador-UNEMAT
22/07/2010 - 15:27
A Embrapa Arroz e FeijÒo e a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Campus de nova Xavantina, foram as pioneiras no desenvolvimento de ensaios de campo com o Biochar em grandes culturas, alÚm de testes em viveiro de mudas. Os resultados, bastante promissores, apontam para o carbono pirogÛnico com a mais promissora alternativa para sequestro de carbono da atmosfera e recuperaþÒo da fertilidade dos solos, especialmente em ßreas degradadas e/ou arenosas. Mais informaþ§es bhmjunior@gmail.com. Obrigado
Fabiano André Petter, Dr. Pesquisador-UFPI
23/07/2010 - 07:50
Um dos primeiros ensaios em campo com grandes culturas utilizando o biochar foi instalado em Nova Xavantina-MT, em que em parceria com a Embrapa Arroz e FeijÒo e Unemat, o Dr. Fabiano AndrÚ Petter conduziu sua tese de Doutorado. Trabalhou-se com soja e arroz nesses ensaios de campo. Os resultados sÒo realmente promissores e animadores. Contato: petter@ufpi.edu.br. Obrigado.
Etelvino Henrique Novotny, Dr. Pesquisador-Embrapa Solos
29/07/2010 - 17:45
Embora no texto da reportagem hß a menþÒo explÝcita somente Ó Embrapa Solos, de fato a reportagem trata de projetos em rede (Macroprogramas) coordenados pela Embrapa Solos, projetos esses que envolvem diversas unidades da Embrapa (18), assim como universidades (10), centros de pesquisas (5) e empresas privadas (2). Ou seja, trata-se do fruto de um trabalho contÝnuo e colaborativo de diversas instituiþ§es e pesquisadores. Falei apenas na figura de coordenador desses projetos e sempre atentei para utilizar o pronome pessoal no plural "n¾s". Jß solicitei Ó rep¾rter Juliana a correþÒo desse equÝvoco.
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