A Embrapa Meio Ambiente está desenvolvendo um motor multicombustível de longa duração. A máquina vai funcionar com qualquer tipo de material que gere calor como combustíveis tradicionais, energia solar, restos de culturas, biogás ou palha. Além disso, ele está sendo feito para não quebrar nunca e ter durabilidade de muitas décadas. Para isto, o engenheiro agrônomo Aldemir Chaim, da Embrapa Meio Ambiente, está desenvolvendo um mecanismo que reduz atritos e desgaste das peças.
— É um motor que transforma energia de calor em movimento em energia mecânica. Ele funciona baseado em uma lei da física que explica a expansão e a contração do ar em função da variação da temperatura. Ou seja, quando a gente tem um corpo fechado cheio de ar e a gente aquece este corpo, o ar expande e aumenta a pressão. Por outro lado, se a gente resfria este corpo, o ar no seu interior contrai e a pressão fica negativa. Então, o motor aproveita esta expansão e contração do ar para acionar um pistão e gerar o movimento mecânico que a gente necessita. No caso da energia solar, ele necessitaria de um concentrador para que a temperatura atinja pelo menos uns 300º — explica Chaim.
O motor, que só deve chegar ao mercado no ano que vem, pode ser utilizado para diversas funções na propriedade rural como gerador elétrico para ligar equipamentos ou bomba d'água para pequenos projetos de irrigação e retirada de água de poços. Como funciona à base de qualquer combustível, o motor é uma tecnologia muito barata para o bolso do produtor porque ele pode escolher de acordo com as suas necessidades o que servirá de combustor para o motor. Outra vantagem, que também tem reflexo econômico, é que o motor multicombustível não usa lubrificante. O produtor rural não vai precisar ficar trocando óleo ou fazendo reparos na máquina. O investimento financeiro é único, somente na compra do motor, porque ele foi feito para funcionar durante décadas.
— Este motor elimina a necessidade de qualquer tipo de lubrificação, aliás ele não pode ser lubrificado. Então, ele já elimina uma questão que é complicada que é a manutenção, ter que ficar constantemente trocando óleo. A segunda vantagem é que, do jeito que a gente está desenvolvendo, ele vai eliminar uma série de atritos que desgastam peças, então nem o desgaste de peças ele vai ter com o decorrer do tempo. Teoricamente é para ele não quebrar nunca — diz o pesquisador.
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