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O Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação é um avanço para a agricultura no semiárido. O software desenvolvido pela Embrapa Solos analisa as condições de solo, de água, o tipo de irrigação e de cultura mostrando ao agricultor qual a viabilidade do cultivo irrigado em uma determinada área. O sistema surgiu em 2005 após um pedido da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales São Francisco e Parnaíba), maior empresa deste setor que atua no região, que queria um sistema de classificação que se adequasse à realidade nordestina. Antes, era usado um sistema americano, que possuía condições de solo, clima e manejo diferentes das encontradas no Brasil, principalmente na região do semiárido nordestino.
O banco de dados do sistema trabalha com 12 culturas diferentes, muito comuns no nordeste. Após o usuário preencher os quatro planos básicos indicando quais são as condições de solo, qual a qualidade da água, o tipo de irrigação que pretende ser usado e a cultura que será cultivada o sistema gera um resultado de avaliação que divide os solos em 6 classes. A classe 1 seria o ambiente com expectativa mais alta de retorno e a classe 6 é o ambiente em que a irrigação não é indicada porque a região apresenta limitações muito fortes seja em relação ao solo, à água ou à cultura.
— O sistema trabalha com quatro planos de informação. Informações ligadas a solo, informações ligadas à qualidade da água, fatores ligados ao sistema de irrigação (que o agricultor vai utilizar) e a espécie vegetal que ele vai explorar nesta região. O sistema, baseado nestes quatro planos de informação, fornece a ele a classificação final de acordo com a rentabilidade esperada para este ambiente. A maior vantagem é a certeza que o produtor vai ter. Este sistema vai permitir que o agricultor tenha uma projeção, uma expectativa de retorno, desta forma ele consegue fazer melhor avaliação e tomar uma decisão mais coerente — explica Fernando Amaral, pesquisador da Embrapa Solos e líder do projeto.
O investimento financeiro para o levantamento de dados nos perímetros de irrigação do semiárido nordestinos são muito altos. Os estudos de podem levar até 5 anos para serem concluídos e os custos para um perímetro de cerca de 20 mil hectares são de R$ 200 milhões, segundo Amaral. É investimento muito alto que só pode ser feito por uma grande empresa ou uma cooperativa de agricultores. Por isso que a certeza é um grande diferencial do Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação no semiárido. Para um investimento tão alto é preciso que os produtores tenham garantia de que a aplicação será vantajosa.
Além de proporcionar maior certeza de retorno do investimento, o objetivo do sistema brasileiro é identificar o potencial de cada área, descobrir novas possibilidades e incluir no sistema de irrigação áreas que antes eram consideradas como não irrigáveis, gerando riqueza para a região. Solos que eram considerados muito difíceis e que eram considerados perdidos para a irrigação, por falta de informação ou uso de irrigação errada, podem gerar emprego e renda.
*Foto na home: Marcelino Ribeiro
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