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Mecmaq Solomaq
05/11/2009
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A globalização da economia nos mostra com clareza que não existe e nunca existirá uma moeda de uma face só. Em toda a mudança, ou em todo o empreendimento, sempre teremos presente o custo e o benefício. Sem sombra de dúvidas, a análise feita pelos comentaristas econômicos a cerca dos benefícios que a globalização trouxe para nós brasileiros estão repletas de evidências, porém, como não poderia deixar de ser, tudo isto teve um custo. Custo esse que tem sido impagável por certas pessoas que não souberam aproveitar os benefícios na sua plenitude.
No agronegócio vimos verdadeiros impérios sendo detonados de um dia para o outro, tanto dentro como fora da porteira, decorrentes de falhas no entendimento das diferenças entre eficiência e eficácia. Ou seja, algumas vezes não souberam fazer a coisa certa ou ainda, não viram que a coisa certa não estava completa.
Vejamos o caso da pulverização que é onde a Calda Pronta se encaixa. Comprar um pulverizador automotriz por R$ 500 mil, que me oferece um rendimento nominal médio de 61,6 hectares por hora, para um produtor que cultiva 1 mil hectares de soja, cuja a produção bruta poderá chegar a R$ 2,7 milhões, parece ser uma atitude sensata, quando não se tem uma outra alternativa. Afinal, sabemos que a pressão de um ataque severo de doenças fúngicas num período de chuva poderá frustrar totalmente os objetivos, restando um prejuízo muitas vezes bem maior do que o investimento. Nesse sentido, vimos a eficiência da atitude fazendo a coisa certa, ou adquirindo a máquina. Por outro lado, sabemos que para nos aproximar do rendimento operacional nominal de um pulverizador, dependemos de toda uma logística em entorno do mesmo, começando pelo pessoal bem treinado para manipular os produtos, pela disponibilidade de água para o reabastecimento e a por fim, da Calda Pronta.
Para justificar o uso da Calda Pronta, vamos analisar os dados do rendimento operacional em duas situações: sem e com Calda Pronta. Na primeira situação, temos um pulverizador com um tanque de 3000 litros, com 28 metros de barra, que se desloca a uma velocidade média de 22 quilômetros por hora. Com uma boa disponibilidade de água, gastamos 20 minutos para reabastecimento, mais dez minutos para deslocamento. Resumindo, o pulverizador trabalha 15 minutos, que é o tempo que leva para esvaziar, e gasta mais 30 minutos entre recarga e deslocamento, quer dizer, 45 minutos para pulverizar 15 hectares, o que no final de uma jornada de trabalho de 10 horas deverá ter pulverizado aproximadamente 200 hectares e reabastecido 13 vezes. No caso de uma fazenda de 1 mil hectares, são cinco dias para terminar a tarefa.
Na segunda situação, temos todas as condições idênticas trabalhando com Calda Pronta para agilizar o processo de reabastecimento e evitar o desolamento tanto da máquina vazia como da máquina cheia até no ponto onde a calda acabou. Quando se usa Calda Pronta, o número de reabastecimentos será maior, pois a máquina nunca virá completamente vazia, no entanto os reabastecimentos são muito mais rápidos além de não termos perda de tempo no deslocamento, uma vez que a máquina será reabastecida sempre que for constatado que a calda no interior do tanque poderá acabar no meio da lavoura.
Estimamos o gasto de oito minutos (reabastecimento: cinco minutos; parada e retomada: três minutos), supondo que nos reabastecimentos tenha sido fornecido em média 2400 litro de calda. A cada 20 minutos pulverizaremos 12 hectares (oito minutos de reabastecimento e mais 12 minutos para pulverizar 12 hectares), ou seja, numa jornada de dez horas, teremos pulverizado 360 hectares. Vejam que ganho espetacular de tempo, em 80%, ou seja, nossa tarefa que levaria cinco dias para defender os 1000 hectares poderá ser cumprida em pouco mais de 2,5 dias.
Esse é o primeiro aspecto da eficácia, ou seja, a coisa certa. Outro aspecto talvez mais importante ainda é o que os técnicos chamam de efeito oportunidade, ou seja, quem aproveita o cavalo que passa encilhado não fica a pé. A área que foi defendida hoje através da pulverização, já está defendida. A outra talvez possa vir a se perder ou ter uma redução significativa no rendimento, pois poderão ocorrer fatos que impeçam a continuidade dos trabalhos no dia seguinte.
Por último, destacamos um fato econômico muito interessante, que poderá garantir os recursos a serem investidos no equipamento da Calda Pronta: a redução de defensivos, que poderá chegar até 10 %, sem contar a diminuição no desgaste do maquinário e no consumo de combustíveis, que não é pouco.
Em relação à economia de defensivos que poderá chegar a 10 %, a explicação é a seguinte: primeiro, o pulverizador nunca é totalmente esvaziado para que não haja problemas de falhas pela entrada de ar ou espuma na bomba; segundo, é de praxe o operador reabastecer o pulverizador quando sua percepção diz que a calda restante deverá acabar no meio da lavoura. Portanto, no sistema convencional sempre haverá um certo volume de calda dentro do tanque, que não é considerado na hora de medir os produtos, acamando por haver sucessivos remontes de calda, gerando assim, um gasto excessivo na conta defensivo que hoje é uma das maiores.
Cremos, que a partir dessa linha de raciocínio, muitos poderão avaliar a eficácia do rendimento operacional do seu pulverizador, seja na produção de grão, café, fruticultura, cana-de-açúcar, horticultura ou silvicultura e assim contribuirmos para a redução de perdas de alimentos. Concluindo, não basta sermos eficientes, temos quer ser eficazes, buscando a alternativa correta e usando-a adequadamente.
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