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Kamila Pitombeira
09/12/2013
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A agricultura é uma atividade de risco. Problemas como deficiência hídrica ou temperaturas não favoráveis podem ocorrer e são decisivos para o desenvolvimento adequado da cultura. Nesse caso, o Ministério da Agricultura estabelece as épocas ideais de semeadura para cada região. Nessa matéria, abordaremos o zoneamento agrícola de risco climático do feijão, para as diferentes safras no Estado do Paraná. No entanto, além de adotar a época de semeadura indicada para sua cultura, é importante que o produtor siga as recomendações técnicas adequadas relativas ao manejo e conservação de solo, rotação de culturas, manejo de pragas, doenças e escolha correta da cultivar.
Segundo Vânia Cirino, engenheira agrônoma pesquisadora da área de melhoramento e genética de plantas do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), nas regiões mais quentes do estado, onde não há ocorrência de geadas tardias, a semeadura do feijão começa nos meses de agosto. Nas regiões onde as temperaturas são mais amenas e há possibilidade de ocorrência de geadas tardias, a semeadura do feijão é efetuada a partir do final de setembro e meados de outubro.
— Já no caso do feijão da safra na seca, chamado de segunda safra, a semeadura é feita nos meses de dezembro até 31 de janeiro para as regiões onde ocorre a probabilidade de geadas mais cedo, como nos meses de março e abril. Para as regiões mais quentes do estado, a segunda safra se estende a um período prolongado. Para as regiões mais quentes, temos ainda a terceira safra ou a chamada safra de outono-inverno.Então, o risco climático está mais relacionado às condições climáticas que podem interferir no desenvolvimento da planta — afirma a engenheira.
De acordo com ela, as cultivares indicadas no zoneamento agrícola de risco climático no Paraná, abrangem nomes como o grupo Carioca, o Iapar 81, IPR Tangará, IPR 139, IPR Colibri, IPR Siriri e outras cultivares desenvolvidas por instituições de pesquisa, como Embrapa e Ft Pesquisa e Sementes, que também estão inseridas no zoneamento.
— O potencial produtivo de cada uma dessas cultivares depende da constituição genética e da interação delas com o meio ambiente. Existem cultivares que têm maior potencial e estabilidade de produção. As variedades IPR Tangará, IPR Tuiuiú e IPR Uirapurú são bastante estáveis. O rendimento da IPR Tuiuiú, por exemplo, gira em torno de 3.980kg por hectare. Já IPR Campos Gerais, será lançada no dia 1º de dezembro e contará também com um potencial produtivo de 3.980kg por hectare — conta.
Quando o assunto é a resistência a pragas e doenças, Vânia explica que cada cultivar apresenta um tipo de comportamento. A IPR Tangará, por exemplo, tem boa resistência à antracnose e fungos de solo. Já no grupo preto, a IPR Gralha também apresenta boa resistência às doenças.
—Na safra de seca, a principal doença fúngica que ocorre é a mancha angular. Nesse caso, não existem variedades com alto nível de resistência, mas sim, moderada. Nesse caso, o produtor deve ficar atento e sempre fazer o controle químico quando necessário — orienta.
A engenheira diz ainda que, além de adotar a época de semeadura estabelecida pelo zoneamento agrícola de risco climático, o produtor também deve seguir recomendações técnicas relativas ao manejo e conservação de solo, rotação de culturas, manejo de pragas, doenças e escolha correta da cultivar.
Para mais informações, basta entrar em contato com o Iapar através do número (43) 3376-2000.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 21/11/2011
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