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Seminário aborda identificação da Helicoverpa
Helicoverpa armigera será um dos temas abordados no evento que acontece hoje na Bahia
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Juliana Caldas, Embrapa Cerrados
30/07/2013

Nesta terça-feira (30), um seminário sobre Helicoverpa, Bicudo e Mosca-Branca reune em Luís Eduardo Magalhães, região Oeste da Bahia, produtores rurais, técnicos, autoridades, consultores e pesquisadores da área para debater aspectos relacionados a essas três pragas agrícolas. Um dos temas a serem tratados no evento será a taxonomia da Helicoverpa armigera, ou os parâmetros que foram utilizados para a identificação dessa espécie até pouco tempo sem registro de ocorrência no Brasil. Esse assunto será abordado pelo pesquisador da Embrapa Cerrados, Alexandre Specht, entomologista especialista em taxonomia. Ele fez parte da equipe de especialistas que identificou em laboratório a praga regulamentada como quarentenária A1, que são aquelas consideradas de alto risco por serem potenciais causadoras de importantes danos econômicos. Coube a ele a identificação a partir de estudo morfológico de adultos do inseto.

“Para realizar esse trabalho, utilizamos detalhes do aparelho reprodutor masculino do animal. É a única estrutura que permite a certeza da diferenciação das espécies”, explica Specht. Segundo ele, a coloração, por exemplo, não seria um aspecto que poderia ser levado em conta, por ser essa muito variável. O mesmo ocorre com o tamanho. “Se a lagarta for criada numa planta muito nutritiva, ela vai ficar maior. Do contrário, vai se desenvolver, mas vai ficar menor. Por isso, usa-se a característica do aparelho reprodutor”.

No mundo, há registro de 18 espécies do gênero Helicoverpa

Para que essa identificação morfológica fosse realizada, o inseto adulto precisou passar por um tratamento químico. “Primeiro, retiramos o abdome do animal. Depois o colocamos numa substância que elimina todas as estruturas ‘moles’ e deixa apenas a cutícula, uma espécie de casca. Em seguida, após a limpeza, separamos todas as partes e colocamos o material na lâmina, para ser analisado”. A partir daí, foi preciso comparar a imagem obtida com aquelas que estão descritas nos livros. “No mundo inteiro, há o registro de 18 espécies de mariposas do gênero Helicoverpa. Aquela imagem teria que se enquadrar em uma dessas, caso contrário seria descrita como espécie nova”, explica Specht.

Em seguida à avaliação morfológica, o pesquisador da Embrapa Soja, Daniel Ricardo Sosa-Gómez, fez a identificação molecular. Para essa análise de DNA foi utilizada a pata anterior dos mesmos exemplares cujo aparelho reprodutor havia sido analisado em lâmina. Após a identificação da Helicoverpa armigera, a Embrapa notificou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a respeito da ocorrência dessa espécie no País. O próximo passo foi começar a entender sua dinâmica nas condições do Brasil.

Um dos produtos que se pretende obter a partir dos resultados desses trabalhos de pesquisa é a elaboração de uma chave dicotômica para identificar esses insetos. Trata-se de uma espécie de cartilha por meio da qual os técnicos poderão fazer a diferenciação das espécies de Helicoverpa que ocorrem no Brasil respondendo a questões a partir da mera observação. “Pretendemos ter uma chave para identificação de H. armigera, H. zea e H. gelotopoeon e, caso seja possível, pretendemos também incluir H. bractea, por conta de seu registro de ocorrência no Paraguai, Argentina e Peru e a proximidade desses países com o Brasil”, conclui o pesquisador Alexandre Specht.

Histórico do problema
Lagartas do gênero Helicoverpa fazem parte de um grupo formado por diversas espécies com alto poder destrutivo, devido a suas características biológicas. Na região do Cerrado, a ocorrência de lagartas desse gênero foi detectada em fevereiro de 2012 em níveis nunca antes registrados. Os danos não se limitaram a soja, algodão e milho. A praga também atingiu plantações de feijão comum, caupi, milheto e sorgo. Há, ainda, relatos de ataques em tomate, pimentão, café e citros, dentre outras plantas.

A base do trabalho de pesquisa desenvolvido pela Embrapa foi inicialmente compreender o que estava ocorrendo. A medida inicial adotada pelos pesquisadores foi implantar um sistema de armadilha e coleta de insetos em lavouras de soja, milho e algodão dos estados da Bahia, Paraná, Mato Grosso e Distrito Federal. Para isso, foram empregados métodos de coleta e condicionamento de insetos de forma a não só capturar adultos em armadilhas luminosas, mas também lagartas, que precisaram ser criadas em laboratório para obtenção dos adultos, o que acabou confirmando a presença da espécie armigera na área de cultivo.

Helicoverpa armigera X Helicoverpa zea
Apesar de serem visualmente muito parecidas e polífagas, ou seja, utilizam plantas diversas para se alimentarem, as duas espécies, Helicoverpa zea e H. armigera, se diferenciam em alguns hábitos e preferências. A H. zea ataca preferencialmente o milho, já a H. armigera prefere o algodão. No entanto, nos países em que é endêmica, essa última apresenta potencial metabólico para evolução de resistência a inseticidas, além de alta capacidade de adaptação a diferentes ambientes e sistemas de cultivo.

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