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Terezinha Leite, Emater-MG
10/04/2017
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Dono de 9,5 hectares de terras, no município de Paiva, na Zona da Mata mineira, o agricultor familiar José Adílson do Carmo Toledo comemora os bons resultados com a bovinocultura de leite. Com algumas modificações na propriedade, como a implantação de pastejo rotacionado (divisão da área de pastagem em piquetes para o gado pastar em um sistema de rodízio), ele conquistou uma maior produtividade na produção de leite das nove vacas que possui e aumentou a renda familiar.
“A mudança na alimentação do gado, a partir da construção de piquetes melhorou muito a produtividade. Dos 42 litros de leite diários produzidos por 11 vacas, passamos a coletar 80 litros e teve dias que já chegamos a 110 litros, mesmo com um número menor de fêmeas em lactação”, afirma. Além disso, segundo Adílson, a renda que antes era até menos de R$ 1 mil por mês, pulou para R$ 3 mil.
As mudanças, de acordo o testemunho do agricultor familiar, não param por aí. Com a ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), por meio da Chamada Pública do Leite, projeto bancado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), atual Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, ele passou a gerir melhor a atividade.
Os gastos com a alimentação do rebanho passaram a ser contabilizados e o produtor já trabalha com a perspectiva de renovar o rebanho e diversificar a produção. “Com as explicações do técnico da Emater, passei a pesar o leite e a ração consumida pelos animais, anotando tudo. Agora consigo acompanhar melhor. Também já implantei embriões em algumas vacas e troquei alguns bezerros de leite por corte. Os piquetes permitiram melhorar a alimentação dos animais”, completa.
Ainda de acordo José Adílson, sua propriedade, que virou unidade de referência para os produtores atendidos pela chamada pública do leite, está chamando a atenção dos moradores próximos. “Muitos vizinhos nos visitam pra conhecer as modificações que fizemos e percebem mais as mudanças que a gente que aqui está”, argumenta.
O extensionista agropecuário do escritório da Emater-MG em Paiva, Wellerson da Fonseca, acompanha a trajetória do agricultor e elogia o progresso dele. “Ele que sempre trabalhava com o pai, hoje está independente. Conseguiu dividir a pastagem. Agora tem as anotações financeiras e passou a usar a inseminação artificial no seu rebanho. A gestão da propriedade melhorou muito”, afirma.
Em Paiva, segundo Wellerson da Fonseca, a Chamada Pública do Leite está atendendo 18 produtores de leite. O município, de acordo o extensionista agropecuário tem na bovinocultura de leite a sua principal atividade econômica, com a produção diária variando de cinco a oito mil litros, dependendo do período do ano. “Temos uma associação de produtores de leite com quase 100 associados. Os 18 produtores atendidos pela Chamada Pública do Leite fazem parte desta associação”, informa.
Chamada Pública do Leite
A Chamada Pública do Leite é um trabalho da Emater-MG para prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural (ATER) a 6.300 produtores familiares de leite, em 264 municípios do Estado. A iniciativa começou em 2014, após a empresa mineira assinar seis contratos com o então Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), atual Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. Os contratos foram frutos de uma licitação, conhecida como Chamada Pública do Leite, que a Emater-MG concorreu e ganhou.
Válidos por três anos, o contratos começaram a ser executados em março de 2015 e tem término previsto para março de 2018. Dentre as ações desenvolvidas pela Emater-MG com os beneficiários, são destaques o apoio na gestão global das propriedades, nos campos produtivos e econômicos. Em cada município que atua com estes contratos, a Emater-MG está ajudando a implantação de unidades demonstrativas ou de referência. No Estado já são 315 dessas unidades que servem de vitrine para outros produtores de leite.
No período de vigência dos contratos a Emater-MG promove reuniões de mobilização de produtores; seleção de famílias produtores; diagnóstico das unidades de produção familiar de leite; planejamento comunitário; elaboração de plano produtivo por unidade familiar e das unidades de referência; assistência técnica às unidades familiares e unidades de referência; dias de campo, implantação de unidade de referência; diagnóstico das unidades de referência, capacitação dos produtores, avaliações do processo produtivo e de gestão e elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Lembrando que este último é uma exigência do novo Código Florestal que prevê um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico.
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