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A doença Clorose Variegada dos Citros (CVC), também conhecida como “amarelinho”, considerada a maior ameaça da citricultura na década de 1990 está praticamente extinta dos pomares de laranja do maior parque citrícola do Brasil, que engloba 349 municípios de São Paulo e Minas Gerais. Segundo o Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura, a doença afeta apenas 3,02% das laranjeiras, o menor índice desde que o levantamento começou, em 1996.
A macrorregião Sul é a mais afetada, com 6,26% das plantas doentes, seguida da Noroeste com 5,04%. As regiões Centro e Norte têm, em média 2% de árvores com CVC e a região Sudoeste, a mais nova produtora do parque citrícola, tem apenas 0,16% de incidência. Esse e um caso emblemático de sucesso da parceria do setor público e privado que serve de exemplo para o controle de outras doenças de citros.
A CVC foi identificada pela primeira vez no mundo em pomares paulistas, em 1987, e chegou a atingir 43,8% das laranjeiras, em 2004. O total desconhecimento sobre a doença levou a erradicação de mais de 100 milhões de laranjeiras, desde o seu primeiro relato, e perdas de produção de mais 20% no período de 2000 e 2005, momento de pico da CVC, sendo responsável por mais de R$ 1 bilhão de prejuízos para a cadeia citrícola.
Muitos citricultores desistiram da atividade e pararam de plantar pelo medo de serem vencidos pela doença e muitos acreditaram no fim da competitividade da citricultura paulista. Todavia uma rede de pesquisa que agregou institutos nacionais e estrangeiros, apoiada pela Fapesp e Fundecitrus, resultou em um salto no conhecimento e o aprimoramento do manejo da CVC, o qual está fundamentado na adoção de mudas sadias, controle das cigarrinhas transmissoras da doença e na eliminação das plantas com sintomas. A incorporação desse novo modelo de controle pela maioria dos citricultores fez com que a intensidade da doença e sua importância caísse drasticamente nos últimos anos.
Prova disso está nos dados sobre a incidência da CVC nas diversas faixas etárias do pomar. Nos últimos anos, a doença vem regredindo em todas as idades de plantas, se tornando um problema secundário, mas ainda forte nos pomares mais velhos, acima de 10 anos, remanescentes da época do surgimento da doença. Foi nesta faixa etária que se observou a maior queda da taxa da doença, o que impactou no índice geral. A causa foi a erradicação das plantas doentes que já estavam velhas e com baixa produtividade e a substituição por pomares sadios plantados dentro de um novo modelo tecnológico de prevenção e manejo da doença.
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