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Cultivo de palmeiras é opção de diversificação na propriedade rural
Experimento irá testar quatro palmeiras em aspectos como a produtividade, nutrição, espaçamento e consórcio com outras espécies florestais
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Incaper
13/07/2016

O cultivo de palmeiras pode ser uma atividade que, além de contribuir para aumentar a cobertura florestal, gera renda para o agricultor. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) tem incentivado esse plantio, já que da palmeira é possível extrair o palmito e os frutos, de acordo com a espécie.

O pesquisador do Incaper e engenheiro florestal Tiago Godinho afirma que é preciso fazer um zoneamento da propriedade para verificar qual espécie de palmeira é mais indicada para a localidade. “As palmeiras Juçara e Jerivá são nativas da Mata Atlântica. De acordo com a legislação estadual, em populações naturais pode-se apenas retirar os frutos da Juçara, que são usados na fabricação de polpa, suco e doce, já que é muito semelhante ao açaí. Entretanto, se as palmeiras forem plantadas, o produtor registra o plantio no Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e desta forma poderá colher também o palmito”, explicou Tiago.

Ele também disse que as palmeiras Açaí, Real e Pupunha são exóticas, ou seja, não são nativas da Mata Atlântica. Por isso, elas precisam ser plantadas em locais onde há maior incidência de sol. “Cada palmeira tem um tipo de característica. A escolha de uma ou outra espécie para o plantio está relacionada ao objetivo do produtor e condições do seu terreno”, diz Tiago.

A palmeira pupunha caracteriza-se pela precocidade do corte, que pode ser feito com 1,5 ano. “Uma das vantagens da pupunha é que ela perfilha, ou seja, forma brotos que irão dar origem a novas palmeiras. Quanto maior a incidência de sol, mais a palmeira perfilha”, lembra Tiago Godinho. A rentabilidade da pupunha está em torno de R$ 8 mil por hectare/ano.

Ainda, como características do palmito da pupunha, estão a boa palatabilidade e ausência de oxidação, ou seja, não escurece rapidamente após o corte. A palmeira pupunha também possui alta produtividade. No segundo ano após o plantio, podem ser colhidas 2.500 cabeças e no 3º ano em diante, 3 mil cabeças. No Norte do país os frutos da pupunha também são muito apreciados.

A palmeira pupunha pode ser cultivada sozinha (solteira) ou consorciada com outras lavouras, como as de café ou banana, por exemplo. “O consórcio é interessante para o produtor, pois ele pode fazer o aproveitamento da área da propriedade com duas ou mais culturas. Os benefícios de uma passam para a outra. Por exemplo, a irrigação da pupunha passa a ser a mesma do café”, explica o pesquisador.

O engenheiro florestal destaca que é preciso saber o espaçamento ideal no plantio consorciado para que uma planta não sombreie a outra, atrapalhando seu desenvolvimento. “Chamamos esse mecanismo de intensificação ecológica, em que há vários produtos sendo cultivados na mesma área”, explica Godinho.

A palmeira Real é outra opção para ser introduzida na propriedade. Devido à alta qualidade do seu palmito e sua beleza, ela pode ser aproveitada para paisagismo nas propriedades rurais, o que incentiva o agroturismo.

A senhora Marinete Maria Passinato Cosmo, da localidade de Victor Hugo, município de Marechal Floriano, plantou há seis anos 4 mil pés da palmeira Real próximas à sua casa. As palmeiras tornaram-se um atrativo para quem passa pela região.

“Plantei as palmeiras porque acho bonito. Muita gente que passa aqui, para e tira fotos. Eu falo que daria um cenário de novela dentro dessa plantação”, contou Marinete. Ela disse que passa boa parte do tempo cuidando de suas palmeiras e que elas ainda ajudam a refrescar a propriedade.

Segundo Godinho, a palmeira Real depende de muita incidência de luz. Sua densidade de plantio chega a 25 mil plantas por hectare.

Projeto de pesquisa
O Incaper, em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), pretende montar um experimento de pesquisa sobre as palmeiras. “Iremos montar um projeto de pesquisa para testar cerca de quatro palmeiras em aspectos como a produtividade, nutrição, espaçamento e consórcio com outras espécies florestais”, falou Tiago. A proposta também é estudar o reaproveitamento do resíduo da casca do palmito, rica em proteína, para produção animal.

Reportagem originalmente publicada em 14/9/2015

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