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Compostos antifúngicos de plantas para uso em pós-colheita de frutas
Estudos da Embrapa prospectam compostos bioativos a partir de plantas e microrganismos para substituir sintéticos
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Cristina Tordin, Embrapa Meio Ambiente
26/05/2015

O crescimento do uso de agrotóxicos na agricultura é preocupante uma vez que o Brasil é um dos maiores consumidores destes produtos. Assim, a busca por métodos alternativos que sejam ambientalmente mais amigáveis e com maior segurança para o consumo humano tem sido amplamente pesquisada. Nas últimas décadas, uma grande atenção tem sido dada na prospecção de compostos bioativos a partir de plantas (extratos e óleos essenciais) e de microrganismos, com potencial de uso como substitutos aos sintéticos que são comercializados.

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) têm trabalhado nesta linha de pesquisa, alcançando bons resultados. A pesquisadora Sonia Queiroz coordena o projeto Avaliação de atividade antimicrobiana, ecotoxicológica e uso na pós colheita de frutas de extratos e substâncias isoladas de Conyza canadensis, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela explica que o trabalho gerou uma dissertação de mestrado, co-orientada por ela e defendida pelo aluno Rafael Silveira Porto do Instituto de Química (IQ-Unicamp), cujos objetivos foram investigar os compostos bioativos presentes nos espécimes brasileiros da erva daninha Conyza canadensis e avaliar sua atividade antifúngica associadas às doenças pós-colheita de frutas. O extrato aquoso da Conyza canadensis pode ser aplicado diretamente nos frutos com a vantagem de não conter resíduos de solventes orgânicos tóxicos.

“Foi possível isolar duas substâncias bioativas usando cromatografia flash preparativa a partir de extratos da planta obtidos com diclorometano. Os compostos foram caracterizados por técnicas espectroscópicas, que são utilizadas na elucidação (substâncias inéditas) ou confirmação (substâncias conhecidas) das estruturas das moléculas. Além disso, foram realizados ensaios (in vitro) de difusão em disco contra 10 fungos filamentosos causadores de doenças pós-colheita em frutas. Os fungos Aspergillus niger, Cladosporium spp. e Penicillium digitatum se mostraram susceptíveis ao tratamento, mostrando o potencial do extrato da planta no tratamento destas doenças.

Também foi desenvolvida uma técnica de extração com água quente pressurizada, a qual se mostrou excelente para obtenção dos compostos da planta, ou seja, de maneira rápida, barata, eficiente e com bons rendimentos dos compostos. A pesquisadora explica que os ensaios realizados em laboratório contra fungos de importância agronômica mostraram ser promissores e que os experimentos para avaliação do extrato no tratamento de doenças em pós-colheita de frutas será a próxima etapa do projeto.

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