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Izabel Drulla Brandão, Embrapa Amazônia Oriental
12/08/2013
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Idealizado para ser referência na Região Amazônica em análise de água, solos, fluxos de gases de efeito estufa, agrometeorologia, socioeconomia e sistemas de modelagem, está sendo inaugurado nesta segunda-feira, 12 de agosto, na sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, PA, o Laboratório de Análises de Sistemas Sustentáveis (Lass) “Vicente Haroldo de Figueiredo Moraes”.
Integrados ao Lass estão os laboratórios de Solos (totalmente reformado) e de Sensoriamento Remoto (alocado em novo espaço), formando um complexo de três prédios com 2.450 metros quadrados de área construída. O investimento na construção foi de R$ 3,856 milhões com recursos do Tesouro Nacional por meio do Programa do Fortalecimento e Crescimento da Embrapa – PAC Embrapa.
Quantificar o impacto de mudanças do uso da terra e do clima sobre o funcionamento de sistemas de produção agropecuária e florestas naturais é um dos objetivos do Lass
A Embrapa em Belém é pioneira nesse novo conceito de laboratório temático que maximiza o uso de equipamentos e integra profissionais de diferentes especialidades na análise de sistemas complexos na região. Entre os temas que já estão sendo estudados no Lass estão a quantificação e qualificação dos impactos das atividades agropecuárias nas bacias hidrográficas do Pará; os impactos das mudanças climáticas na agricultura; as emissões de gas carbônico (CO2) de atividades agropecuárias na região; e a dinâmica de uso da terra na
Amazônia.
Linhas de pesquisa
Austrelino Silveira Filho, chefe geral interino da Embrapa Amazônia Oriental, ressalta que, permeando as atividades do Laboratório de Análises de Sistemas Sustentáveis (Lass) estão os três grandes temas que direcionam as pesquisas no centro de pesquisa: ordenamento, gestão e monitoramente territorial; manejo, valoração e valorização da floresta; uso de áreas alteradas (opções tecnológicas e sistemas sustentáveis).
"As pesquisas visam a quantificar o impacto de mudanças do uso da terra e do clima sobre o funcionamento de sistemas de produção agropecuária e florestas naturais. São avaliados processos que envolvem a ciclagem de carbono, nutrientes e água no sistema solo-planta-atmosfera e sua relação com a diversidade vegetal", explica o pesquisador Steel Silva Vasconcelos, supervisor do Lass.
Quatorze empregados estão lotados no Lass, dos quais oito pesquisadores associados à ecofisiologia vegetal, micrometeorologia, serviços ambientais, hidrogeoquímica, biogeoquímica, biologia molecular e química orgânica.
Atividades do Lass
"Ao estudarmos o impacto de sistemas de uso da terra, nossas pesquisas nos permitem entender quanto que os sistemas desenvolvidos ou promovidos pela Embrapa ajudam a conservar os recursos naturais", contextualiza o pesquisador Steel Vasconcelos.
Para exemplificar que tipo de estudos serão feitos pelos diversos segmentos do Laboratório de Análises de Sistemas Sustentáveis (Lass), o pesquisador Steel Vasconcelos resume desta forma:
Relação de solo-água-planta: estuda-se o balanço de água e de energia em sistemas de produção agropecuária e florestais.
Cromatografia liquida: principal atividade é análise da qualidade da água de igarapés e subterrânea; estuda-se o impacto de sistemas de uso da terra sobre a qualidade da água.
Análise elementar: principal atividade é análise de carbono e nitrogênio em solo e planta; estuda-se o impacto de sistemas de uso da terra sobre o sequestro de carbono no solo e na vegetação.
Cromatografia gasosa: principal atividade é análise de metano e oxido nitroso; estuda-se o impacto de sistemas de uso da terra sobre a emissão de gases de efeito estufa a partir do solo.
Bioquímica e analise orgânica: análise da qualidade de material vegetal (principalmente de alimentos).
O homenageado
O nome do Laboratório de Análises de Sistemas Sustentáveis (Lass) é uma homenagem ao pesquisador paraense Vicente Haroldo de Figueiredo Moraes (29/10/1937 - 25/04/2008). Engenheiro agrônomo, nascido em Belém, na carreira de pesquisador destacou-se por seu trabalho com seringueira,contribuindo para projetar o nome da Embrapa internacionalmente.
Inicia na Agronomia ainda antes de formado, em 1957, como laboratorista de solos no Instituto Agronômico do Norte - IAN, antecessor da Embrapa Amazônia Oriental. Graduado pela Escola de Agronomia da Amazônia em 1960, no mesmo ano assume como assistente de pesquisa do IAN, na Seção de Heveicultura e Tecnologia da Borracha. Em 1964 passa a integrar a equipe de Fitotecnia do IAN, que naquele ano recebeu a denominação de Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias do Norte - IPEAN.
Ao assumir a missão de fundar o Centro Nacional de Pesquisa de Seringueira (CNPS), atual Embrapa Amazônia Ocidental, segue para Manaus (AM) em 1975. Chefia aquele centro de pesquisa até 1979, permanecendo pesquisador da Embrapa durante 30 anos.
Seu trabalho teve repercussão internacional ao colaborar para solucionar o secamento de painel - principal problema da seringueira no mundo, contribuindo para a história da Embrapa com sua dedicação à ciência e à pesquisa agropecuária na Amazônia.
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