Carregando...
Reduzir a emissão de metano por parte dos ruminantes e, ainda de quebra, eliminar a necessidade de fornecimento de ureia para os animais. Essa é a proposta de uma pesquisa que vem sendo conduzida em parceria entre Centro de Energia Nuclear em Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), a empresa Grasp, de Curitiba, PR, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Atualmente, o gás metano é muito falado mundialmente. Taxado como um dos vilões do aquecimento global. O gás é naturalmente produzido durante o processo de fermentação digestiva dos ruminantes, principalmente, quando os animais consomem volumosos, gerando uma grande quantidade do gás que é excretado pelas narinas, através da respiração, e também pela defecação.
Só de bovinos, são 200 milhões de cabeça. Mundo critica Brasil pela emissão de metano nas criações
Sem contar os demais ruminantes, o país possui um rebanho bovino de 200 milhões de cabeças aproximadamente. O segundo maior do mundo. Por isso, o Brasil é apontado hoje como um dos principais emissores de gás metano. Nesse sentido, várias instituições de pesquisa têm buscado soluções no sentido de diminuir a geração do gás.
Harold Ospina Patino, diretor IV Simpósio Brasileiro de Agropecuária Sustentável e professor da UFRGS, explica que as pesquisas nasceram da necessidade de buscar formas de reduzir essas emissões. O caminho mais promissor encontrado foi a produção de um nitrato, que é incorporado em suplementos fornecidos para animais.
O nitrato é um composto capaz de capturar hidrogênio e, portanto, reduzir a formação do metano. Os testes realizados até agora mostraram que a incorporação do nitrato protegido industrialmente na alimentação, reduz em cerca de 25% a emissão de metano pelos animais.
“O nitrato é naturalmente tóxico. Ao consumir em grande quantidade, o animal pode se intoxicar, mas a Grasp desenvolveu uma forma de proteger o nitrato. É uma criação brasileira que não existe em nenhum outro lugar do mundo e ainda não pode ser divulgada em detalhes”, explica Patino.
O pesquisador explica que nesta primeira fase, estão sendo avaliados os animais em laboratório e certificando que não há qualquer problema a carne. “Avaliamos tudo. Os animais foram alimentados e depois abatidos e não há qualquer vestígio de nitrato no sangue ou na carne”.
O passo seguinte é a avaliação da tecnologia no sistema de produção a fim de quantificar os custos e o retorno proporcionados e, então, checar aferir a relação custo-benefício. Um das vantagens já identificadas é que, como o nitrato é fonte de nitrogênio, a tendência é que seja capaz de substituir a necessidade de fornecer ureia para os animais.
|