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Kamila Pitombeira
17/01/2013
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Quando o assunto é o surgimento de nematóides na cultura do feijão, os prejuízos podem variar entre 10% e 50%. Por isso, é importante que o produtor rural tome algumas medidas preventivas e de controle. O ideal é evitar a disseminação do problema para áreas onde ele ainda não exista. Para isso, medidas como a rotação de culturas com milheto e crotalárias, por exemplo, além do uso de cultivares resistentes, são as mais indicadas. Segundo Andressa Zamboni Machado, pesquisadora na área de proteção de plantas de nematologia do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), atualmente, as principais espécies de nematóides que atacam o feijoeiro são os Pratylenchus brachyurus e duas espécies de Meloidogynes, o Meloidogyne incognita e o Meloidogyne javanica. Entretanto, outras espécies podem ocorrer, como a Meloidogyne paranaensis, Meloidogyne mayaguensis e Heterodera glycines, nematóide de cisto de soja.
— Na parte aérea da planta, não é possível observar um sintoma muito específico, mas, geralmente, as plantas ficam com o tamanho reduzido, ocorre uma clorose e amarelecimento geral da cultura. Esses sintomas ocorrem em reboleiras e, por isso, é difícil a identificação pela parte aérea — afirma a pesquisadora.
De acordo com ela, as espécies de Meloidogynes podem causar um sintoma atípico nas raízes, que é o aparecimento de galhas parecidas com os nódulos, mas que não se destacam facilmente. No caso dos Pratylenchus, outra espécie importante, aparecem lesões escurecidas em todo o volume do sistema radicular.
— Esses nematóides podem afetar a produção, em média, em 10%. No entanto, em áreas altamente infestadas, a queda de produtividade pode passar de 50% — conta.
Quando o assunto é prevenção, a principal forma, de acordo com Andressa, é evitar a disseminação do problema para áreas onde ele ainda não exista. Ela diz que o nematóide é disseminado, principalmente, através de maquinário agrícola.
— Por isso, é importante que o produtor tenha o cuidado de lavar o maquinário antes de mudar os tratos culturais de uma área para outra. Além disso, os nematóides podem ser disseminados através da poeira levantada pelo maquinário e enxurradas — explica.
Todavia, o controle ideal seria o uso de cultivares resistentes, ainda segundo ela. Para Andressa, no caso da cultura do feijão, existe um lapso de informações a respeito de cultivares e, por isso, o Iapar está iniciando os trabalhos para testar cultivares atuais no sentido de buscar as mais resistentes.
— Na ausência dessas cultivares resistentes, o principal método de controle é a rotação de culturas, utilizando plantas que não são hospedeiras do nematóide, como algumas espécies de crotalárias, milheto, entre outras. Existem alguns trabalhos iniciais que apontam o tratamento de sementes como uma boa forma de controle de nematóides em feijoeiro. No entanto, esses produtos ainda não estão registrados — acrescenta.
Para mais informações, basta entrar em contato com o Iapar através do número (75) 3312 -8048.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 10/11/2011
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