Ácidos orgânicos e Salmonella - Jornal Dia de Campo

21/11/2024

Preocupação constante da indústria avícola e das autoridades sanitárias nacionais e internacionais, a salmonelose é uma barreira comercial devido a sua importância em saúde pública. É um microorganismo de fácil adaptação no ambiente, tornando-se muito difícil a sua erradicação. Em aves, a infecção pode causar sinais clínicos, porém na maioria das vezes a doença é subclínica, ou seja, sem sinais evidentes.

No intestino as salmonelas podem produzir enterotoxinas, causar diarreia ou invadir a mucosa e causar lesões e perda de fluídos. Podem causar prejuízos ao sistema imunológico, danos à mucosa intestinal e baixos desempenhos zootécnicos nas aves adultas.

Aditivos nutricionais surgem como uma importante ferramenta para ajudar modulação do sistema imunológico frente a desafios como Salmonella entre outros, modificando a microbiota intestinal e reduzindo enterobactérias patogênicas.

Ácidos orgânicos

De acordo com diversos estudos publicados, os ácidos orgânicos podem substituir alguns antibióticos e seus benefícios são muitos como: alteração da microbiota intestinal por ação bactericida ou bacteriostática; redução do pH do trato gastrintestinal; melhor atividade de enzimas; melhor digestibilidade e retenção de nutrientes, desenvolvimento da mucosa intestinal.

Para avaliar melhor sua atuação, o Laboratório de Microbiologia e Ornitopatologia da Universidade Federal do Paraná (LABMOR-UFPR/Curitiba/PR) realizou um experimento para avaliação da imunidade de aves (até 14 dias de idade) desafiadas com Salmonella Enteritidis e tratadas com um blend de ácidos orgânicos na ração. Nesse estudo, frangos de corte foram divididos em dois tratamentos: Controle positivo e Tratados com Ácidos Orgânicos (ácido lático, fumárico, cítrico e fórmico) na ração.

Além de reduzir de forma significativa a presença de Salmonella Enteritidis em papo e ceco de frangos em comparação com o grupo controle, os ácidos orgânicos demonstraram ação antimicrobiana de forma antecipada contra a infecção da bactéria na mucosa intestinal. Dessa forma, evitaram-se reações inflamatórias e estimulação do sistema imunológico nesse local, com menores gastos de energia para defesa imunológica.

Com menor pressão infectiva da bactéria, a ave possui melhor equilíbrio na saúde como um todo e pode destinar todos os nutrientes e energia para produção de carne e ovos, promovendo um desempenho produtivo adequado.

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