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Manejo da Lavoura      
IAC desenvolve régua que reúne informações para orientar o plantio de cana-de-açúcar
Ferramenta reúne informações necessárias para conhecer o potencial da produtividade média de cinco cortes
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Carla Gomes, IAC
25/08/2016

O Instituto Agronômico (IAC), desenvolveu uma ferramenta que reúne, em uma “régua”, informações necessárias para conhecer o potencial da produtividade média de cinco cortes de cana-de-açúcar. Os dados são importantes para orientar o correto plantio de cana-de-açúcar, considerando conhecimentos sobre o perfil varietal de acordo com o ambiente de produção e as práticas de manejo. Em outras palavras, a “régua” expressa o potencial dos ambientes de produção de cana no Brasil. A novidade nesta ferramenta está nas notas do intervalo de 10 a 20, que compõem as condições do manejo avançado. Até então, as “réguas” existentes traziam informações com notas até 10.

O novo recurso resulta de 13 anos de estudos de solos e ambientes de produção em usinas localizadas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pernambuco e Bahia. Essas usinas são conveniadas com o projeto Ambicana do Instituto Agronômico.

A “régua”, que será distribuída aos canavicultores, traz informações sobre o ambiente, classificado de acordo com a expressão da produtividade agrícola. O conceito seis, por exemplo, refere-se à produção de 80 toneladas por hectare, que é a média nos canaviais paulistas, onde é feito o manejo básico.

Na régua, as informações são organizadas de acordo com os critérios de manejo básico e avançado da cana-de-açúcar. No básico, estão incluídas as boas práticas agrícolas no preparo e conservação dos solos, incluindo calagem, gessagem e adubação, além de ações para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas, e também gestão na escolha da variedade, de acordo com o ambiente e matrizes de épocas de plantio e colheita. Na “régua”, o manejo básico é dividido em ambientes desfavoráveis, médios e favoráveis.

O manejo avançado contempla a irrigação plena ou semiplena, a adubação verde, a adição de cálcio na profundidade maior do que a alcançada na gessagem, o uso de vinhaça, torta de filtro e compostagem. Inclui também a fertilização do solo por longo período, no mesmo local onde antes tenham sido plantados soja, feijão, amendoim, milho ou citros, que apresentam efeito residual para a cana-de-açúcar.

“A régua registra variações das notas zero, com produtividade média de cinco cortes ou TCH5 de 50 toneladas, por hectare, até a nota 20, que representa produtividade média de cinco cortes ou TCH5 maior ou igual a 150 toneladas, por hectare, e nota intermediária com TCH5 intermediário”, afirma o pesquisador do IAC responsável pelo trabalho, Hélio do Prado.

“As informações da régua alicerçam o conhecimento do potencial de produtividades do canavial”, diz Prado. Ele destaca que o manejo incorreto impede que seja atingido o potencial máximo de produtividade. “Se, por exemplo, no Estado de São Paulo a cana-de-açúcar for colhida muito tardiamente, no ambiente de produção restritivo, sua nota na régua pode ser a mesma da região Nordeste, com as mesmas deficiências hídricas, sob o mesmo manejo básico e varietal”, explica.

Segundo Prado, para usar a “régua” é necessário conhecimento prévio sobre o clima e a classificação do solo, de acordo com os 13 tipos de solos existentes no Brasil, em nível de detalhamento em termos químico e físico-hídrico, que viabilize o manejo. Com esses dois fatores, clima e solo, tem-se a nota no manejo básico ou avançado. De posse do resultado apontado pela régua, faz-se a alocação de variedades, que se torna mais eficiente com o uso da nova ferramenta.

Com as informações sobre características edafloclimáticas, a ferramenta pode ser adotada em todos os países tropicais que cultivam cana. “Os solos do Brasil estão mapeados genericamente. Entretanto, para fazer a nota, é necessário aumentar a densidade amostral, isto é, coletar amostras em curta distância”, afirma.

Segundo Prado, no Brasil essas informações são precisas para as 35 unidades agroindustriais que contam com o Ambicana, projeto desenvolvido pelo Programa Cana IAC. No total, 1,5 milhão de hectares são plantados por essas empresas, localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Maranhão e Piauí.

“Se essas empresas aumentassem a produção em apenas cinco toneladas, por hectare, o salto total seria de 7,5 milhões de toneladas”, explica Marcos Guimarães de Andrade Landell, pesquisador e líder do Programa Cana IAC, sobre a importância de o setor adotar tecnologia que amplia a precisão no cultivo.

Com as notas variando até 20, a “régua” prevê aumento significativo de produtividade para as próximas décadas. Atualmente, a nota máxima alcançada em canavial é 14,6, o que equivale à produtividade de 123 toneladas, por hectare, em cinco cortes. As 150 toneladas previstas na nota máxima da “régua” somente ocorrerão caso o manejo seja de irrigação plena e com uso de variedades responsivas à água.

O trabalho tem apoio da Syngenta, Cooperativa Agroindustrial (Coplana) e Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana) e Bayer.

Como é o Ambicana
O projeto Ambicana do IAC já atuou em 35 usinas totalizando 1,7 milhões de hectares, onde o incremento é da ordem de cinco milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Por meio do Ambicana, a partir da avaliação das características edafoclimáticas de determinada região, o Programa Cana IAC orienta os produtores sobre as variedades mais adaptadas às condições diagnosticadas, viabilizando aumentos na produtividade. Com a adoção dos conceitos do Projeto Ambicana, desenvolvido pelo Instituto Agronômico (IAC), é possível aumentar em cerca de 20% a produtividade dos canaviais.

De acordo com o pesquisador Marcos Guimarães de Andrade Landell, quando diferentes variedades de cana concorrem entre si, em determinado ambiente, algumas se destacam e outras não. O mesmo grupo de variedades, quando plantado em outro ambiente de produção, poderá ter produtividade bem menor em relação à outra variedade sem destaque no primeiro ambiente. “Esse processo ocorre devido à interação conhecida como genótipo versus ambiente, presente o tempo todo na grande lavoura. A rede experimental para caracterização de variedades permite, à luz das informações do Ambicana, uma perfeita interpretação desta interação”, explica. Conhecer as condições ambientais de produção e o comportamento do material plantado garante o desempenho diferenciado de uma variedade, dependendo do local.

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