A situação da pecuária brasileira é bastante favorável nos curto e médio prazos, pois as conjunturas do mercado mundial e posicionamento do país como produtor de carne são bastante favoráveis. Nosso rebanho vem crescendo ano a ano, juntamente com a demanda interna e a externa por carne brasileira. Basta dizer que nos últimos 10 anos o rebanho foi aumentado em mais de 50 milhões de cabeças e o Brasil figura como exportador para mais de 100 países atualmente.
Um dos problemas desta alta demanda por carne bovina brasileira é o impacto ambiental gerado, principalmente devido a baixa produtividade da pecuária no Brasil. Hoje, o país é o 5º maior emissor de gases causadores do efeito estufa, principalmente devido às mudanças no uso da terra relacionados com a destruição de florestas. Além do efeito climático, a destruição dos habitats é a grande causa da perda de biodiversidade. A tabela abaixo exemplifica a destruição dentro da “Amazônia Legal”, definição oficial brasileira que inclui as áreas da Amazônia brasileira. Desde 1970, uma área superior a 600,000 Km² (232,000 milhas quadradas) foram devastados na “Amazônia Legal”, aproximadamente 15% de sua superfície total.
O Cerrado brasileiro, o qual está dentre os que apresentam maior biodiversidade no planeta, segue a mesma tendência, quase 40% sofreu desmatamento ou queimadas nos últimos 30 anos. Alguns municípios, chegaram a ter toda sua mata nativa desmatada e substituída por commodities agropecuárias. Com a expectativa de um crescimento de 40% na produção de alimentos nos próximos 9 anos , as pressões estarão longe de sustentáveis, podendo gerar colapso do bioma.
Há aproximadamente 205 milhões de cabeças de gado no país, representando o segundo maior rebanho do mundo, ocupando estimados 211 milhões de hectares de terras, muitas de alta qualidade. Mesmo existindo tecnologias e processos relativamente simples que proporcionam aumento da produtividade de gado em mais de 200%, elas continuam em grande desuso devido à falta de conhecimento e/ou capital.
Um aumento de meros 30% na produção atual brasileira, facilmente atingido com poucos recursos tecnológicos, tornaria disponível 69 milhões de hectares para outras produções agrícolas, esta soma é maior do que a de todas as áreas utilizadas para outras produções agrícolas. As soluções para alimentar bilhões de pessoas, gerando o mínimo de impacto ambiental estão cada vez mais avançadas e o Brasil é um grande desenvolvedor de alta tecnologia agrícola.
Grandes fundos têm buscado investimentos no setor agropecuário. Empreendimentos elaborados dentro de conceitos de sustentabilidade empresarial, reduzem custos e riscos, obtendo maior rentabilidade e sendo capazes de atrair recursos em forma de investimentos e/ou dívida a taxas subsidiadas. Com infusão de capital, tecnologia e gestão o setor pecuário tem o potencial de aumentar consideravelmente os seus retornos financeiros e ainda sair do papel de vilão ambientalista, à parceiro na conservação de habitats.
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