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Embrapa Agropecuária Oeste
12/09/2011
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A lavoura de cana-de-açúcar, no Brasil, continua em expansão e, segundo dados da Conab, Mato Grosso do Sul foi o segundo estado com considerável aumento das áreas em produção: 84.700 ha. Em primeiro lugar, aparece Minas Gerais com 99.660 ha. Com o objetivo de impulsionar, cada vez mais, a potencialidade bioenergética sul-mato-grossense, pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados/MS), com a presença da chefia geral da Embrapa Gado de Corte (Campos Grande/MS), reuniram-se com representantes da Associação de Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) na última quinta-feira, 8 de setembro, em Dourados.
A partir desse encontro, será possível identificar as reais necessidades dos produtores rurais associados à Biosul, facilitando, assim, os trabalhos de pesquisa científica em bioenergia da Embrapa Agropecuária Oeste, que tem como missão viabilizar soluções para a sustentabilidade da agricultura na região Oeste do Brasil.
A convergência de esforços e de pontos em comum entre as instituições contribuirá ainda mais com o crescimento bioenergético de Mato Grosso do Sul de forma sustentável. “Não temos dúvida que Mato Grosso do Sul é uma das áreas com maior potencial de crescimento no Brasil. Esperamos que essa parceria com a Embrapa transforme esse potencial em realidade. Vamos identificar quais as principais áreas a serem trabalhadas e faremos a avaliação juntamente com a Embrapa”, disse o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho.
O Chefe-Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas, lembrou que este é um de muitos encontros de aproximação com o setor agroenergético de Mato Grosso do Sul. “Já foram realizadas reuniões com a Diretoria da Embrapa, em Brasília; também em Campinas, com diversas Unidades da instituição, agora em Dourados. Com certeza, haverá outros encontros. Queremos estar sintonizados com o setor produtivo e contribuir para que o estado tenha melhores condições no setor bioenergético, de forma equilibrada com o meio ambiente.”
Lamas também aproveitou para anunciar que a Biosul, por meio de Roberto Hollanda Filho, a partir de agora faz parte Comitê Assessor Externo (CAE) da Embrapa Agropecuária Oeste, comitê que possui representantes da sociedade que contribuem para o planejamento e a avaliação de pesquisas e transferências de Tecnologia.
Pesquisas
Durante o encontro, o pesquisador Guilherme Lafourcade Asmus, que é chefe adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste, lembrou que Mato Grosso do Sul possui quatro Unidades da Embrapa, sendo três de pesquisa (Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pantanal) e uma de produtos e serviços (Embrapa Transferência de Tecnologia – Escritório de Negócios de Dourados).
Também apresentou alguns trabalhos e projetos de pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste envolvendo sistemas de produção na área de bioenergia, como o monitoramento da matéria orgânica no solo em sistemas de produção de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul; o impacto da retirada total e parcial da palhada de áreas de Dourados manejadas com cana-de-açúcar sobre a dinâmica do carbono e do nitrogênio do solo; o sequestro de carbono no solo e a diminuição das emissões de gases de efeito estufa em sistema de produção no estado; a biomassa e a atividade microbiana em solos sob diferentes sistemas de manejo de cana-de-açúcar na região sul de MS; entre outros. “Um dos desafios científicos e tecnológicos da Embrapa Agropecuária Oeste é atingir um novo patamar tecnológico em agroenergia e biocombustível”, afirmou Asmus.
Demandas
Aproveitando o encontro, o diretor da Biosul, Isaías Bernardini, apontou duas demandas do setor, em que pede a colaboração da Embrapa. A primeira é necessidade de finalizar de um documento sobre o zoneamento agrícola da cana-de-açúcar. “Nós, em Mato Grosso do Sul, fomos contemplados com uma portaria desse documento e já conseguimos alguns ajustes, mas são necessários outros, como, por exemplo, o período de plantio. Para isso, gostaríamos do respaldo técnico da pesquisa.”
A segunda é como o setor sucroenergético pode se empenhar nos trabalhos de Agricultura de Baixo Carbono. “Vemos a preocupação dos setores e queremos nos engajar nessa área”, afirmou. (Sílvia Zoche Borges)
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