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Kamila Pitombeira
22/07/2013
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O tratamento de efluentes na suinocultura é um processo que costuma demandar bastante espaço na propriedade rural. Com os novos modelos de produção, que buscam produzir cada vez mais em menor espaço, os produtores passam a utilizar sistemas que se encaixam nesses parâmetros. Com o tratamento de efluentes, parece que essa tendência não é diferente. É o que confirma o Sistema de Tratamento de Efluentes da Suinocultura (Sistrates), que busca fazer o mesmo trabalho dos demais sistemas do mercado, com mais eficiência e ocupando menos espaço.
Segundo Airton Kunz, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, o Sistrates combina vários processos de tratamento, permitindo que o produtor escolha a combinação que melhor se enquadra na sua necessidade.
— A primeira parte do processo é uma unidade de biodigestão. É um biodigestor, onde há a possibilidade de geração de energia, seguido por um processo de tratamento pós-biodigestor. Ele é dividido em três módulos: módulo bio (biodigestor), módulo N (nitrogênio) e módulo P (fósforo). Esses três processos podem ser conectados um ao outro dentro dessa sequência — conta o pesquisador.
Para ele, isso permite uma nova configuração na suinocultura brasileira. Além disso, Kunz explica que, com a adoção do sistema, o produtor terá água de excelente qualidade e a redução do tamanho das lagoas, que passa a ser de 40% menor que o tamanho das lagoas convencionais, além da recuperação do fósforo na forma de fertilizante.
— Esse sistema de tratamento é recomendado para médios e grandes produtores e sua vantagem é a utilização em situações onde existem necessidades diárias limitadas, ou seja, onde não existem áreas para a utilização desses efluentes como biofertilizantes — afirma o pesquisador.
Nesse processo, ele explica que os produtores precisam ter alguns cuidados com o manejo, um deles em relação ao controle de vazão na entrada. Portanto, o Sistrates exige cuidados mais apurados. Isso porque, de acordo com Kunz, ele é um processo mais eficiente em relação aos que estão presentes no mercado.
Para ter acesso ao Sistrates, o produtor pode entrar em contato com a Embrapa Suínos e Aves, que oferece avaliação técnica e econômica do processo. Já o custo de implantação, segundo o pesquisador, é extremamente variável em função da necessidade do produtor. Para isso, é preciso fazer uma avaliação em função dessa necessidade que depende de vários fatores.
— Esse sistema pressupõe a lógica da suinocultura brasileira, ou seja, a produção em grande escala de granjas muito concentradas em pequenas áreas. Para isso, são precisas estratégias de gerenciamento dos resíduos. Isso traz a possibilidade de um aumento de escala não mais condicionado à necessidade do uso do resíduo no solo — diz ele.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Suínos e Aves através do número (49) 3441-0400.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 04/08/2011
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