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Kamila Pitombeira
25/06/2014
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Para garantir a sanidade da cultura do maracujá, os produtores precisam tomar algumas medidas preventivas e de combate a pragas e doenças. Mas é necessário também se profissionalizar e estar permanentemente exercendo a mesma cultura. Assim, o agricultor conseguirá obter lucro. É o que diz Ademar Brancher, pesquisador da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina). Segundo ele, as principais doenças que ocorrem no maracujazeiro são a bacteriose, a verrugose, a fusariose, a mancha verde e o vírus do endurecimento do fruto, que ocorre bastante no norte de Santa Catarina e em outros Estados brasileiros.
— Ela é uma doença séria transmitida por pulgões. Muitas vezes, os pomares não chegam a entrar em produção e já têm a doença instalada. Já a bacteriose, outra doença que afeta bastante os pomares, é causada por uma bactéria e a prevenção se faz usando quebra-vento e produtos à base de cobre — afirma o pesquisador.
Em relação às pragas que atacam os maracujazeiros, Brancher cita os percevejos, as brocas e os ácaros como principais agentes na cultura. Para evitar que esses problemas ocorram, ele diz que, primeiramente, o produtor deve comprar mudas de um viveirista idôneo.
— Essas mudas não devem apresentar nenhum sintoma em suas folhas e raízes. Se o produtor optar por produzir sua própria muda, deve fazer seu viveiro longe do pomar. Além disso, ele não pode trabalhar no pomar e se dirigir ao viveiro logo em seguida, pois correria o risco de introduzir a bacteriose nas mudas — orienta.
Ainda de acordo com o pesquisador, normalmente, os tratamentos contra esses problemas são preventivos. Ele conta que o produtor deve conhecer o sintoma de cada doença. Já se ele não possui esse conhecimento, pode levar o material para um técnico ou uma instituição de pesquisa para fazer a identificação correta.
Brancher explica também que, muitas vezes, podem ocorrer manifestações de uma praga e uma doença ao mesmo tempo. Segundo ele, desde que os produtos sejam compatíveis, o agricultor pode fazer uma pré-mistura e, em uma única pulverização, combater os dois sintomas.
— O Ministério da Agricultura tem uma relação de produtos registrados para a cultura do maracujá. Portanto, o produtor deve procurar uma assistência técnica e depois comprar o produto adequado para fazer o tratamento. Normalmente, em períodos chuvosos, os tratamentos contra doenças variam de 8 a 10 dias e, nos períodos de pouca chuva, variam de 15 em 15 dias. Já em relação às pragas, costuma-se adotar o inseticida somente quando é necessário, ou seja, quando a praga está presente no pomar — explica.
Como exemplo, em um pomar de segundo ano, o ataque de ácaros pode comprometer até 100% da produção de acordo com Brancher. Em relação a frutos atacados pelo vírus da mancha verde do maracujazeiro, ele diz que podem passar por refugo caso não seja feito um tratamento preventivo. A broca também chega a comprometer até 50% da produção se não for combatida.
— Por isso, o produtor deve se profissionalizar na cultura. Ele não deve entrar e sair de uma cultura conforme o preço, mas sim, ser um agricultor permanente por, no mínimo, 15 anos. A partir daí, ele ganhará dinheiro. O produtor aventureiro nunca ganha dinheiro porque gasta com investimentos e depois se desfaz por qualquer valor. Além disso, quando ele não tem mais maracujá para vender, esse maracujá sobe de preço, mas ele já está fora do mercado — conta o pesquisador.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Epagri através do número (48) 3239-5500.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 29/06/2011
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