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Juliana Royo e Kamila Pitombeira
16/05/2011
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O Brasil já é considerado um dos maiores produtores de cana-de-açúcar no mundo e os investimentos nesse setor crescem a cada dia, apontando cada vez mais para o processo de mecanização. Dentro desse conceito, a Syngenta e a John Deere apresentaram na Agrishow 2011, que aconteceu em Ribeirão Preto (SP), entre os dias 2 e 6 de maio, um novo sistema de plantio para a cultura da cana-de-açúcar que promete revolucionar o setor.
No novo conceito, a cana é plantada através de micro-toletes específicos, que são bastões cilíndricos com revestimento fibroso que protegem melhor o material genético do ataque de pragas e doenças. A evolução não é no melhoramento genético e sim, na estrutura física do tolete. O potencial de produção é o mesmo, mas o micro-tolete acaba sendo mais produtivo porque suporta melhor condições adversas, como a seca, e o ataque dos patógenos.
A Syngenta desenvolveu a nova tecnologia. Mas o micro-tolete, chamado comercialmente de Plene, precisa de uma máquina específica para ser plantado. A John Deere fez uma parceria com a Syngenta e criou a plantadora de cana GreenSystem PP1102, que é equipada especificamente para o plantio dos toletes.
— A grande diferença é que cada micro-tolete tem 4 cm de comprimento e uma pequena gema, que dará origem à uma nova planta. Por essa razão, com aproximadamente 1200 a 1500 quilos, é possível fazer o plantio de um hectare — explica o gerente.
Segundo José Luiz Coelho, gerente de marketing estratégico para a América Latina do segmento canavieiro da John Deere, a máquina é um divisor de águas entre o que era o plantio da cana nos últimos 60 anos e o que será o plantio do futuro.
— A diferença básica entre o Plene e o clone convencional de cana é que o micro-tolete é revestido por um polímero especial que minimiza a perda de água. Isso permite que ele fique mais tempo no solo aguardando a próxima chuva, por exemplo. Tudo isso são ferramentas que darão ainda mais chance de a planta vir com mais força e, consequentemente, traduzir isso em produtividade, ou seja, maior quantidade de sacarose por hectare — ressalta.
Ele acrescenta que outro aspecto importante é que, ao movimentar menos mudas, gasta-se menos combustível e demanda-se menos mão-de-obra, reduzindo assim custos operacionais, além de realizar um trabalho com maior qualidade, que pode ser traduzido em aumento de produtividade, de qualidade da matéria-prima e redução de perdas.
— Por ano, existem grupos plantando até 40.000 hectares de cana para renovar seus canaviais. Se cada um desses grupos gastar, em média, de 20 a 25 toneladas por hectare, imagine as milhares de viagens necessárias para fazer somente a logística da muda. Ao passo que, com apenas uma 1,5 tonelada do Plene™, é possível implantar um hectare — explica Coelho.
Redução de custo
Ainda de acordo com ele, no modelo de negócio que a Syngenta desenvolveu, no qual o agricultor encomenda da empresa a produção da muda, o produtor na verdade, está terceirizando uma atividade que ele precisaria fazer dentro de casa. Com isso, ele deixa de utilizar de 6% a 7% da área dele para fazer mudas e, nessa mesma área, passa a produzir canas comerciais.
— Essa redução de custo tem variado entre 15% e 20%. O aumento da produtividade tem outros fatores e não apenas a utilização do Plene. Mas a utilização plena do micro-tolete pode potencializar o aumento da produtividade na ordem de mais 20% — conta o gerente.
Segundo ele, a fábrica da Syngenta está localizada no município de Itápolis, a 125 km de Ribeirão Preto. Hoje, em um primeiro momento, ela consegue atender a um raio de 350km a 400 km. Portanto, os produtores do Brasil Central, do Nordeste e de outras regiões precisarão aguardar um segundo momento, quando a Syngenta instalar uma próxima biofábrica menos distante de onde está hoje
Para mais informações, basta entrar em contato com a John Deere através do site www.deere.com.br ou com a Syngenta através do número 0800-704-4304.
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