As abelhas Apis mellifera L. são insetos sociais que vivem em colônias organizadas, onde os indivíduos se dividem em castas e possuem funções bem definidas. Numa colônia, em condições normais, existe uma rainha, cerca de 5.000 a 100.000 operárias e de 0 a 400 zangões.
As rainhas e operárias são originárias de ovos fertilizados e os zangões de ovos inférteis. Geneticamente, uma rainha é idêntica a uma operária, qualquer ovo fertilizado pode originar uma rainha ou uma operária. Entretanto, fisiológica e morfologicamente essas castas são diferentes em razão da alimentação diferenciada que as larvas recebem e do formato de célula em que se desenvolvem.
A rainha recebe, durante toda sua vida, um alimento denominado geléia real, que é composto das secreções das glândulas mandibulares e hipofaringeanas, localizadas na cabeça das operárias. As larvas de operárias e zangões são alimentadas até o terceiro dia com a secreção glandular, após esse período, passam a receber uma mistura dessa secreção, mel e pólen.
A rainha é a única fêmea capaz de acasalar e fazer postura de ovos fertilizados. Responsável por manter a unidade e a organização da colônia, a rainha produz substâncias denominadas feromônios. Essas substâncias têm função atrativa e podem: estimular a coleta de alimento e a produção de cera, incentivar o cuidado com as crias, inibir a produção de outras rainhas e a enxameação, auxiliar no reconhecimento da colmeia e na orientação das operárias.
A rainha está sempre acompanhada por um grupo de 5 a 10 operárias, encarregadas de alimentá-la e cuidar de sua limpeza. As operárias também podem aproximar-se da rainha para receber os feromônios e, posteriormente, repassá-los a outros membros da colônia.
A vida reprodutiva da rainha inicia-se 5 a 7 dias depois de seu nascimento, quando ela realiza o vôo nupcial. A fecundação ocorre a cerca de 10 metros de altura e os zangões são atraídos pelos feromônios. Uma rainha pode ser fecundada por até 17 zangões e o sêmen é armazenado num reservatório especial denominado espermateca. Esse estoque de sêmen será utilizado para a fecundação de óvulos durante toda a vida da rainha. Cerca de três a sete dias após o acasalamento inicia-se a postura.
As operárias possuem os órgãos reprodutores atrofiados, devido ao alimento que recebem na fase larval. Embora não sejam acasaladas, as operárias podem realizar postura de ovos inférteis. Os feromônios da rainha inibem o desenvolvimento do sistema reprodutor das operárias na fase adulta, evitando a postura. Em compensação, elas possuem órgãos de defesa e trabalho perfeitamente desenvolvidos, muitos dos quais não são observados nas rainhas e nos zangões.
O tempo médio de vida da operária é de 45 dias. Todo trabalho para a manutenção da colônia é realizado por elas, que executam atividades distintas de acordo com a idade, desenvolvimento glandular e necessidade do ambiente interno. Em geral as abelhas mais novas realizam as atividades internas como: limpeza da colônia, alimentação das larvas e desidratação do mel. A coleta de alimento é realizada, preferencialmente, por abelhas mais velhas.
Os zangões são os indivíduos machos da colônia, cuja única função é fecundar a rainha durante o vôo nupcial. Apesar de serem maiores e mais fortes do que as operárias, não possuem órgãos para trabalho nem ferrão. Em contrapartida, os zangões apresentam os olhos compostos mais desenvolvidos, antenas com maior capacidade olfativa, asas maiores e musculatura de vôo mais desenvolvida. Essas características lhes permitem maior orientação, percepção e velocidade para a localização de rainhas virgens durante o vôo nupcial.
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