Os fertilizantes ou adubos são compostos químicos que visam suprir a deficiência de nutrientes essenciais dos vegetais e são aplicados na agricultura com o intuito de melhorar a produção.
Há uma grande discussão sobre o uso dos fertilizantes. Por um lado, temos os problemas ambientais causados pela intensificação de seu uso como contaminação dos lençóis freáticos, riscos à saúde dos consumidores e trabalhadores rurais. De outro, temos a necessidade do uso desses fertilizantes para ter uma produção de alimentos que atenda à demanda mundial.
Segundo as informações da pesquisa “Indicadores de Desenvolvimento Sustentável” divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, a quantidade de fertilizantes usados em áreas plantadas no Brasil praticamente dobrou, passando de 69,4 quilos por hectare em 1992 para 143,7 quilos por hectare em 2008.
A grande preocupação apontada por esse relatório é de que esse aumento não foi proporcional ao avanço no uso da terra, apontando assim um uso excessivo de fertilizantes.
O uso intensivo de fertilizantes também acarreta prejuízos econômicos, já que representa um gasto a mais na produção. Isso pode ser justificado pelo fato de que no Brasil, ainda é praticada a agricultura convencional, que considera a propriedade homogênea. Nesse sistema, os insumos são aplicados considerando uma necessidade média, ou seja, a mesma quantidade de fertilizantes é usada em toda área.
A agricultura de precisão (AP) pode ser a solução para esse impasse. A AP considera a heterogeneidade do solo e a aplicação de fertilizantes é feita de maneira exata, considerando a quantidade requerida em cada parte do terreno.
A AP faz uso de tecnologias como Sistema de Posicionamento por Satélites (GPS- Global Positioning System) e sistema de informações geográficas que permitem o tratamento e análise dos dados coletados no campo.
A análise dos dados permite a aplicação otimizada dos insumos agrícolas, já que só é aplicada a quantidade exata e necessária, evitando excessos que representam riscos ao meio ambiente. Com a redução da quantidade desses fertilizantes temos um ganho econômico para o agricultor, resultando na redução do custo do produto final.
Segundo dados divulgados no site da Organização dos Estados Ibero Americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (http://www.oei.es/divulgacioncientifica), o pesquisador José Paulo Molin da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo diz que a AP surgiu na Holanda e Dinamarca pela necessidade de adaptação à legislação ambiental. Molin também afirma que a agricultura de precisão é pouco explorada no Brasil, mas que temos a obrigação de entrar nesse ramo para melhorar tecnicamente o padrão da nossa agricultura.
Voltando à questão dos fertilizantes, acho difícil eliminar ou proibir o seu uso, porém, a AP seria um grande aliado para manter os índices de produtividade e diminuir os impactos ambientais.
|