Estamos vivendo “momentos exponenciais”, os quais, bem ou mal, marcam uma fase de transição para o mundo das informações e de mudanças rápidas. Segundo as previsões da Organização das Nações Unidas (ONU), acredita-se que os atuais estudantes passarão por dez a quatorze empregos até os 38 anos de idade! Profissões que são primordiais nos dias de hoje, sequer existiam antes de 2004. Os atuais estudantes preparam-se para profissões que ainda não foram criadas. Usarão tecnologias que ainda nem foram inventadas, para resolver problemas que nem sabemos que existem.
Durante minha graduação, quando fundei com alguns colegas uma empresa júnior no curso de Medicina Veterinária, lembro que a primeira atividade que organizamos foi uma palestra. Naquela ocasião procurávamos algo realmente interessante, que chamasse atenção não só dos acadêmicos, mas também dos profissionais que estavam no mercado. Buscamos um tema que levasse mais do que informações técnicas. Algo que ultrapassasse tais interesses e que trouxesse esclarecimentos sobre o que estava acontecendo fora do mundo acadêmico, onde a Internet começava a fazer parte de nossas vidas.
Convidamos o Dr. Francis Magno Flosi para falar sobre Marketing na Medicina Veterinária. O resultado foi um anfiteatro lotado! O mais surpreendente e que deixou uma lição interessante para levarmos para toda a vida foi o impacto que o conteúdo deste assunto causou. Recebemos muitos elogios pela iniciativa e pela quebra de certos paradigmas, mas também duras críticas daqueles que acreditavam que não deveríamos, como profissionais, explorar nossos conhecimentos para buscar formas de “ganhar dinheiro” através de ações de marketing elucidadas pelo palestrante, o qual presta consultorias, publica artigos e livros sobre o assunto. O Dr. Flosi, na época, passou-nos técnicas sobre como fornecer serviços para ganhar, cativar e reter clientes. O que hoje parece tão comum e óbvio!
Durante minha graduação, e acredito que até os dias atuais, havia ainda um certo preconceito dentro das universidades a respeito dos profissionais que atuam na área comercial. Talvez pelo risco de nos distanciarmos da área técnica, deixando-a de lado para nos tornar meros “vendedores”, preocupados unicamente com interesses financeiros, desconsiderando a ética e o conhecimento necessário ao exercício da profissão.
Como citado anteriormente, de forma geral, o mercado passa por mudanças significativas, independentemente da área que atuamos. Entramos na era da informação, onde a buscamos e a conseguimos facilmente. Por este motivo, os consumidores ficaram mais exigentes e com maior poder para tomar suas decisões. Por outro lado, as empresas procuram formas cada vez mais eficientes para se destacar e atender tais exigências. O profissional da área comercial, precisa cada vez mais se adequar às mudanças e entender que muitas vezes terá que acumular funções e, portanto, se diversificar.
Com o advento da tecnologia e das mudanças no mercado, o tempo fica cada vez mais valioso. O cliente procura soluções rápidas e eficientes para suas demandas. Quer obter dos fornecedores o conhecimento específico para resolver seus problemas. Precisa de profissionais que os conheça, possa interpretá-los e solucioná-los à contento.
Muitas vezes as decisões despendem de tempo, muito trabalho e conhecimento técnico. Tratam-se de vendas ditas “complexas”, voltadas para atender organizações, onde seus compradores seguem critérios técnicos, ligados a uma estrutura de decisores financeiros, avaliadores e usuários. É necessário entender bem o cliente e sua organização, para ajudá-lo a resolver seus problemas atuais e potenciais, identificando soluções de alto impacto e valor. E é neste contexto que se faz presente o profissional da área comercial moderno, onde a habilidade em vendas é ferramenta complementar ao conhecimento técnico, adquirido na universidade e que precisa ser atualizado constantemente.
Atuar na área comercial, além de aprimorar nossas habilidades de relacionamento, é também, uma oportunidade para explorar nossos conhecimentos, interagir com outros tantos profissionais e conhecer lugares diferentes. Muitas vezes é ir além da “zona de conforto” para buscar alternativas criativas ao crescimento profissional.
Fica a reflexão sobre as mudanças percebidas durante os últimos anos, que, com certeza, serão cada vez mais intensas nos anos vindouros. Acredito que as novas gerações entendam e as percebam com maior facilidade e, portanto, estarão mais preparadas.
Quanto à profissão de Médico Veterinário, creio que, sendo esta uma atividade bastante dinâmica, ficará ainda mais!
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